Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ENUNCIAÇÕES JORNALÍSTICAS SOBRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIAS
Gerarda Maria Araujo Carneiro, Poliana Hilário Magalhães, Samira Valentim Gama Lira, Deborah Pedrosa Moreira, Luiza Jane Eyre de Souza Vieira, Aline de Souza Pereira

Resumo


A violência contra crianças adquiriu grandes proporções, tornando-se, também, um grave problema de saúde pública, com merecimento da atenção das autoridades competentes. No Brasil, crianças e adolescentes estão entre os grupos mais vulneráveis pela violência (BRASIL, 2008). Neste contexto o estudo possui como objetivo caracterizar as reportagens sobre violência contra crianças e adolescentes. Trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter documental e com abordagem quantitativa, coletada em um meio de comunicação impresso e digital de grande circulação do município de Fortaleza-Ceará. Utilizaram-se as reportagens sobre violência contra crianças e adolescentes publicadas no ano de 2012. O instrumento de coleta de dados foi um formulário que abordava sobre período de publicação, tipo de reportagem, tipologia da violência, clareza sobre a violência, divulgação dos meios de denúncia ou prevenção, sexo, grupo vulnerável, proximidade com o agressor, apresentação de sequela ao ato violento, exposição da criança e/ou adolescente na reportagem, agressor e punição. Os dados foram digitados e organizados no programa estatístico SPSS versão 15.0, e discutido conforme a literatura. Os dados mostram que não houve mudanças significativas entre os meses de publicação sobre violência contra criança e adolescente, com um discreto aumento nos meses de abril a junho (25,9%). Em relação ao tipo de reportagem, se destacou os relatos de casos violentos (69,3%) e praticamente quase todas as reportagens deixam claro o tipo de violência (94,6%), com ênfase para o homicídio (71,1%). Em contrapartida, os jornais não divulgam meios de denúncia ou prevenção de violência para esse grupo (92,8%). Os adolescentes representam o grupo que mais sofreu violência (58,0%), sendo os de sexo masculino as principais vítimas (56,3%). Na maioria dos casos a vítima é próxima ao agressor (44,6%), apresenta sequela do ato violento (83,7%) e foi exposta durante a reportagem (58,4%). A maioria dos agressores foi pessoas desconhecidas de acordo com a caracterização da reportagem (66,9%), seguidos de vizinhos (10,8%). A maioria das reportagens afirma que o agressor não foi punido (48,8%). Conclui-se que as características das reportagens evidenciam que a violência contra esse grupo tornou-se uma constante e que o homicídio é a principal natureza da violência, este fato nos permite revelar que é necessário ampliar o enfoque de caráter jornalístico para maior discussão do assunto.

Palavras-chave


mídia; violência; criança e adolescente

Referências


BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Escola que protege: enfrentando da violência contra crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Educação, 2a ed.; 2008.