Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIVÊNCIA COMO FORMA DE APRENDIZADO: CONSTRUINDO UM NOVO OLHAR SOBRE O ENVELHECIMENTO
Leticia Roberta Rodrigues, Elizabeth Clarkson, Elizabeth Clarkson Mattos

Resumo


No primeiro período do curso de medicina de uma universidade federal tivemos a oportunidade de construir conhecimento de uma forma diferente da qual estávamos acostumados. Por meio da disciplina de campo prático na saúde enfrentamos o desafio de construir novos olhares sobre o tema envelhecimento e vida. Éramos um grupo de 13 alunos e um preceptor e nossos encontros se basearam em rodas de conversas e visita as pessoas no seu território. Por meio de textos, dinâmicas e vídeos entendemos o contexto social do idoso no Brasil, depois nos reunimos com idosos de um projeto da universidade da terceira idade que nos apresentou um show de talentos criado por eles. Pudemos ver pessoalmente as pessoas que vivem um envelhecimento ativo. Continuando essa construção, fomos visitar algumas Instituições de longa permanência para idosos e vimos um envelhecimento mais dependente e sofrido. Fomos também a um projeto que promove a saúde ativa e prevenção de quedas através de exercícios físicos e de lazer e nos exercitamos com eles. Nesses campos tivemos toda liberdade para conversar com os idosos e, na intergeracionalidade, coube a nós perceber a receptividade de cada idoso e tomar iniciativas, descobrimos que para compreender o que eles vivem e sentem era preciso se afetar pela história deles. Desenvolvendo empatia pelos idosos entendemos a singularidade do processo de envelhecimento, cada idoso tem uma história que o levou a estar em determinada situação e cabe a nós compreende-los e fazer o que estiver ao nosso alcance para intervir de forma positiva no contexto atual que eles vivem.  Além disso, trabalhamos temas enriquecedores relacionados aos idosos como, por exemplo, violência, sexualidade, infantilização e construção social do corpo. Juntando leituras com depoimentos reais construímos um conhecimento baseado em fatos e vivências.  Se tivéssemos ficado em uma sala de aula passivamente escutando um professor falar sobre envelhecimento sairíamos de lá apenas com um conhecimento teórico, ainda que distantes de nós, mas, ao contrário fomos até o sujeito de nosso estudo e presenciamos sua realidade. Agora temos olhares treinados para buscar além da percepção simples e dessa forma quando formos médicos poderemos oferecer um atendimento integral e humanizado a essas pessoas. Conhecendo a realidade do outro, aprendemos também a nos conhecer melhor e repensar nossas vidas, o envelhecimento que queremos construir para nós e os ensinamentos que queremos transmitir a sociedade.

Palavras-chave


Vivência

Referências


Marcia RSS. O contexto social do idoso no Brasil: Um breve consideração. Acta Paul Enferm, 2005.

CRUZ NETO, Otávio, O trabalho de campo como descoberta e criação. In: DESLANDES, S. F.: CRUZ NETO, O.: GOMES, R.:MINAYO, M. C. de S (Orgs.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 21. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, p. 51 -66 2002.