Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA: DIÁLOGOS ENTRE A EPISTEMOLOGIA E O CAMPO DA FORMAÇÃO EM SAÚDE
Antonio Ciro Neves do Nascimento, Assislene Melo Leitão, Ana Ester Maria Melo Moreira

Resumo


O presente trabalho propõe apresentar a pesquisa denominada Psicologia e Saúde Coletiva: diálogos entre a epistemologia e o campo da formação em saúde, que tem o objetivo de compreender a interelações epistemológicas entre a psicologia e a saúde coletiva através das diversas matrizes do pensamento psicológico e do campo da saúde coletiva. A psicologia como campo científico que estuda a produção de subjetividade, caracteriza-se pela diversidade de matrizes epistemológicas, metodológicas, teóricas e práticas. O campo da saúde, historicamente ancorada no positivismo percebe-se intimamente ligada a base filosófica positivista da saúde pública. A saúde pública tem base epistêmica positivista, surgindo historicamente durante a emergência do capitalismo, no Estado moderno burguês, centrada no saber médico e tendo como principal ator social o Estado com o trabalho de regulação social. Enquanto que a Saúde Coletiva tem sua base no materialismo histórico-dialético, emergindo de um movimento de crítica a Saúde Pública no contexto da América Latina. A metodologia de trabalho utilizada foi revisão sistemática de literatura, buscando em bases de dados as teses, dissertações monografias, artigos e livros. A partir desta pesquisa bibliográfica, identifica-se o campo para além do positivismo e do estruturalismo científico, e fazendo uma crítica a tendência hegemônica assumindo uma posição de transcendência sobre o campo da saúde. Como resultados parciais percebeu-se que o cenário de atuação da Psicologia ainda está fortemente enraizado nos pressupostos epistêmicos da Saúde Pública, que encontra seu solo fundador na biologia e que baseia-se no saber médico institucionalizado e hegemônico. A saúde coletiva enquanto movimento ideológico comprometido com a transformação social, apresenta possibilidades de articulação com novos paradigmas científicos capazes de abordar o objeto saúde-doença-cuidado respeitando sua historicidade e integralidade. Percebemos que um alinhamento epistêmico entre as bases filosóficas hegemônicas do campo da psicologia e os pressupostos filosóficos da saúde pública. Este resultado aponta a necessidade de uma discussão mais ampla a cerca da psicologia como campo da saúde coletiva e não somente demandas específicas aferidas através de abordagens metódicas enclausuradas em paredes ambulatoriais desenvolvidas historicamente na formação em saúde.

Palavras-chave


Psicologia; Epistemologia; Saúde Coletiva;

Referências


AMARANTE, P. Saúde Mental, Desinstitucionalização e novas estratégias de cuidado. In ESCOREL, S. LOBATO. L. V.C, NORONHA, J. C,CARVALHO,A.I (orgs). Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro. Editora FIOCRUZ, 2008. p. 735-759.

PAIM, J.S. Modelos de Atenção à Saúde no Brasil. InGIOVANELLA, L. (orgs). Política e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro, Editora FIOCRUZ, 2008.

PAIM, J. Reforma Sanitária Brasileira: avanços, limites e perspectivas. Matta, Gustavo Corrêa (org.) Estado, sociedade e formação profissional em saúde: contradições e desafios em 20 anos de SUS. / organizado por Gustavo Corrêa Matta e Júlio César França Lima. – Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/EPSJV, 2008.

VASCONCELOS, C. Sistema Único de Saúde In CAMPOS, G.W.S.C. Tratado de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, Editora FIOCRUZ, 2009.