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FALAR DE PERTO: A RODA NA SUPERVISÃO DOCENTE NOS CENÁRIOS DE PRÁTICA DO INTERNATO DE SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO).
Resumo
Há três anos teve início na Escola de Medicina e Cirugia (EMC), o internato de Saúde Coletiva, no décimo segundo período, consubstanciada pelos/as novos/as docentes que ingressaram por concurso ao Instituto de Saúde Coletiva em processo complexo de implantação no organograma da universidade. Experiência inovadora diante da pouca familiairidade da gestão acadêmica, dos/as docentes e dos/as discentes em desenvolver atividades formativas em outros cenários além do hospital universitário. Ainda que esta oportunidade tenha se dado no último período da graduação médica, os/as estudantes têm vivenciado momentos significativos na perspectiva da construção compartilhada de saberes e práticas no sentido da integralidade e da educação permanente em saúde, na rede de atenção primária (APS), na modalidade da Estratégia de Saúde da Familia (ESF), da área programática 1 da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (CAP 2.1 / SMS RJ) - distrito universitário da UNIRIO. As rodas de conversa que acontecem nas supervisões docente semanais, conjuntamente ao dispositivo - diário de campo (que incita o/a estudante, diante de diversidades sociais e culturais, ao desafio da desterritorialização, isto é desnaturalização de referências habituais), têm possibilitado a circulação de narrativas polissêmicas sobre o que é vivenciado nos ambientes de cuidado e nos territórios de vida das populações locais. Apesar de pretender-se a participação dos/as preceptores/as, de outros/as profissionais e gestores/as das unidades parceiras, assim como dos/as usuários/as e pessoas que residem e/ou trabalham no território referente, na maioria das vezes, pela dinamicidade e dramaticidade cotidiana no campo, isto não se efetiva. Nas vezes em que é possível a participação de outros sujeitos envolvidos, além dos/as estudantes e docentes, ampliam-se sentidos e reflexões sobre o que é problematizado. As temáticas que emergem são muitas, no entanto a abordagem acordada é construcionista, tendo como mote constituir uma comunidade de aprendizagem colaborativa. Consensos e conflitos se fazem presentes, prerrogativas da complexidade da vida e do conhecimento. Saúde, qualidade de vida, educação, vulnerabilidade, inclusão, ciências, interdisciplinaridade, meio ambiente, direito, cultura, políticas públicas, ética profissional, responsabilidade social, dentre outros, são temas emergentes nas problematizações de projetos terapêuticos singulares e de ações coletivas. Esta proposta formativa contextualizadora invoca um olhar insistentemente cartográfico, para uma leitura mais crítica da realidade. A realidade é tomada como uma construção histórica e social. Sendo assim, para transformá-la é essencial reconhecer as diversidades existentes nos territórios aonde se atua e as singularidades dos/as que transitam cotidianamente neles. A formação médica mais inclusiva e antenada à realidade contemporânea brasileira requer sujeitos (profissionais / coletivos e indivíduos) interlocutores que dialoguem macro e micro políticos em prol de “modelos tecnoassistenciais” cuidadores.
Palavras-chave
Roda de Conversa, Educação Permanente em Saúde, Internato de Saúde Coletiva