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A infância é marcada por condutas como, agressividade, negativismo e desobediência, que são superadas a partir do desenvolvimento global da personalidade. Entretanto uma parcela pequena, porém significativa de crianças não as supera, apresentando uma evolução gradual e acumulativa de condutas perturbadoras, que podem comprometer seu funcionamento psicossocial. Dentre estes comportamentos encontram-se os que são característicos do Transtorno Negativista Desafiante (TND). A literatura aponta que as Práticas Educativas adotadas pelos pais podem contribuir ao aparecimento e manutenção desses comportamentos. Assim, o objetivo do trabalho é verificar se há relação entre as dificuldades características do TND em escolares do Ensino Fundamental I de Parnaíba e o Estilo Parental do cuidador. O estudo é de tipo transversal com amostragem aleatória simples, dividido em duas etapas: triagem e entrevista. A amostra foi composta por escolares do 1ª ao 4ª ano da rede municipal e estadual da cidade de Parnaíba, tendo como informantes pais e professores. Os instrumentos usados foram as escalas ChildBehaviorChecklist (CBCL 6-18), o Inventário de Estilos Parentais (IEP) e um questionário Sóciodemografico (QSD). Para analise dos dados, utilizou-se o ADM e o SPSS (versão 18) e realizaram-se análises descritivas e a regressão logística. Até o momento a amostra é composta por 210 escolares. Os dados indicam que do total de participantes, 54 (25,7%) apresentam dificuldades características do TND. Os resultados também apontam que dos 210 cuidadores, 75 (35,7%) informaram adotar práticas educativas que caracterizam um estilo parental negativo. Ademais, dos 54 escolares que apresentaram dificuldades típicas do TND, 30 (55,5%) deles recebem pautas educativas embasadas em um estilo parental negativo. O modelo de regressão logística apontou que quando o estilo parental é negativo, quando a criança é do sexo masculino, aumenta-se o risco da presença de dificuldades típicas do TND, uma vez controlado o nível socioeconômico. Os dados aqui obtidos revelaram alto percentual de crianças com dificuldades típicas do TND e que na maioria dos casos, tais crianças recebem práticas educativas negativas. Deste modo, torna-se importante a criação, conjuntamente com os cuidadores e as escolas, de estratégias de desenvolvimento de práticas educativas que promovam, na criança, o aprendizado de habilidades e competências necessárias para a superação dos desafios inerentes do ciclo evolutivo.

Psicologia; Escola; TND