Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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MORTALIDADE FEMININA POR CAUSAS EXTERNAS: A DIFÍCIL CONSTRUÇÃO DE REDES DE ATENÇÃO NO MUNICÍPIO DE MACAÉ/RJ
Fatima Lima, Danilo Dias Pelicari, Bruna Freire Santos, Viviane Tavares, João Lucas da Costa Soares Monteiro, Patricia Aparecida Beraldo, Ana Paula Pereira Masa, Sabrina Henriquiele de Azevedo dos Santos, Franci Oliveira Barros, Kelly Pires Coura Aguiar, Viviane Souza Machado, Izabella Torres de Melo, Alex Umblei Ferreida dos Santos, Françaynne Soares Ferreia, Victor Caires Tadeu, Tainá Bertolini Coutinho

Resumo


O presente trabalho tem como cerne o estudo da mortalidade feminina por causas externas privilegiando as questões ligadas à violência doméstica, física e sexual no município de Macaé/RJ. A definição dada pela Convenção Interamericana para Prevenir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (Belém/PA 1994) para violência feminina é: “qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher tanto na esfera pública quanto privada”. Neste sentido, torna-se impossível dissociar a relação mulher/saúde sem levar em consideração à variável violência na produção do cuidado à população feminina brasileira. Constituíram objetivos analisar, cartografar e compreender a construção da rede de atenção/cuidado das mulheres em situação de violência (doméstica, física e sexual) do município de Macaé/RJ. A metodologia utilizada foi quanti/qualitativa com observação participante, durante quatro meses, nos serviços que compõem a rede de atenção/cuidado as mulheres em situação de violência no município de Macaé-RJ: o Centro de Referência da Mulher; o Serviço de Atendimento as Mulheres Vítimas de Violência Sexual; o Núcleo de Vigilância Hospitalar do HPM; o Serviço Social do Hospital Público de Macaé - HPM; a Vigilância Epidemiológica; a Divisão de Informação e Análises de Dados; o Centro de Referência do Adolescente; a Unidade da Estratégia da Família Barra/Brasília. Entre os resultados levantados ressaltamos: a deficiência na articulação/comunicação entre os serviços disponíveis na rede, a ausência de alguns serviços como Casa da Mulher Cidadã e Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Em relação às notificações, muitos profissionais não preenchem ou preenchem de forma inadequada (subnotificada). Muitas notificações não são realizadas porque tanto profissionais como usuárias da rede consideram a ficha de notificação compulsória como Boletim de Ocorrência. Outro fator analisado é o não acesso da população à informação sobre todos os serviços da rede municipal de saúde e de outros setores a que tem direito. Por fim, é indiscutível que a violência contra a mulher aumenta a morbimortalidade feminina consideravelmente. Verifica-se que a rede que abrange os cuidados à mulher em situação de violência no município de Macaé mostra-se focalizada e desarticulada, impossibilitando assim o atendimento integral.

Palavras-chave


Mortalidade Feminina;Violências; Redes de Atenção em Saúde.