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No contexto da Reforma Psiquiátrica, a inserção social dos usuários de saúde mental através do trabalho ainda constitui um grande desafio a ser superado. A grande maioria dos CAPS desenvolve iniciativas de geração de renda para ampliar as oportunidades de trabalho de seus pacientes (SESDEC/RJ, 2009). Contudo, estas iniciativas nem sempre alcançam com eficiência seus objetivos, sendo necessário criar novas metodologias de inclusão social pelo trabalho capazes de garantir maior acesso dos pacientes psiquiátricos ao mercado de trabalho. Com o objetivo de promover a inserção produtiva destas pessoas, que estão excluídas do mundo do trabalho, surge a aproximação entre a saúde mental e a economia solidária. A nossa experiência se insere no âmbito do PET-Saúde Qualificação da Atenção Psicossocial desenvolvido em um CAPS localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, e refere-se especificamente a nossa participação na oficina de argila, com o objetivo de contribuir para que essa oficina possa gerar renda para os seus participantes. Em pouco mais de um ano de atuação, é notável como a experiência tem sido positiva para os usuários, acadêmicos e profissionais envolvidos, produzindo efeitos significativos na forma de ver as novas práticas em saúde mental. Gradativamente aprimoramos a relação dos usuários com a matéria-prima e apresentamos o potencial diverso desta atividade tanto na produção livre e terapêutica como na geração de renda através destas. O incentivo ao aperfeiçoamento da técnica de manuseio da argila é constante, também ressaltamos a importância do acabamento para valorização da peça. Com isso, alguns usuários já manifestam o interesse na geração de renda através desta oficina. Além disso, contribuir para a revisão constante do conceito de cuidado em saúde mental e qualificar as oficinas para a geração de renda são parte dos efeitos esperados pelo PET-Saúde. O PET-Saúde tem obtido êxito em contribuir para repensar o lugar das oficinas nos serviços do tipo CAPS. Apesar da avaliação positiva, identificamos a necessidade de um debate mais amplo sobre as práticas nos CAPS, e consideramos que mais recursos financeiros poderiam garantir maior aproveitamento das atividades. O investimento na autonomia e na capacidade produtiva dos usuários de saúde mental é legado da reforma psiquiátrica, e precisamos consolidar práticas capazes de garantir a inclusão destas pessoas no mundo do trabalho.

saúde mental;inclusão social; trabalho;