Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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QUEM DANÇA SEUS MALES ESPANTA? UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DA UTILIZAÇÃO DA DANÇA EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DA CIDADE DE FORTALEZA
Débora Pinho Arruda, Andréa Carla Filgueiras Cordeiro

Resumo


A utilização de atividades expressivas, como artes plásticas, música e dança, nos Centro de Atenção Psicossocial – CAPS é uma das diretrizes de trabalho designadas pelo Ministério da Saúde. Nessa perspectiva, este trabalho teve como principal objetivo investigar como a dança/expressão corporal pode ser utilizada no tratamento dos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial – CAPS – da cidade de Fortaleza. Trata-se de uma pesquisa com enfoque qualitativo, na qual se utilizou, como instrumentos metodológicos, observação participante, com o acompanhamento do grupo de expressão corporal desse CAPS, e entrevistas semiabertas com usuários e profissionais da equipe. Todo o material construído foi submetido à análise de conteúdo temática, sob o olhar da Abordagem Centrada na Pessoa, teoria elaborada por Carl Rogers. Dessa forma, efetuamos inicialmente uma leitura flutuante em todo o conteúdo, prosseguindo com uma exaustiva leitura para melhor apreensão do fenômeno estudado. Com a análise, foram encontrados cinco grandes temas: 1. CAPS: tratamentos percebidos; 2. Noções de arte; 3. Expressão corporal: caminhos possíveis; 4. Expressão corporal: a atmosfera facilitadora; 5. Expressão corporal: reverberações. A partir daí, percebeu-se o trabalho de expressão corporal propiciando uma relação de maior cuidado consigo e com o outro e, ainda, uma maior aproximação e contato com o corpo da pessoa. O corpo foi percebido, em alguns momentos, somente em sua dimensão física, reafirmando a divisão mente-corpo e, em outros, como principal via de acesso e de expressão dos indivíduos. Além disso, percebeu-se que a expressão corporal propicia condições de emergência de uma experiência organísmica: experiência vivenciada pela pessoa de forma integral. Observou-se, assim, que esse trabalho possibilita a (re)integração das pessoas e proporciona uma maior consciência de todo seu organismo, rompendo com a dicotomia mente-corpo. Dessa maneira, observamos que a dança/expressão corporal reverbera na vida dos usuários do CAPS, transformando a sua relação com seu corpo, consigo, com o outro e com a comunidade de forma geral.

Palavras-chave


Dança; saúde mental; Abordagem Centrada na Pessoa