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O OLHAR DA PUERPERA NO PROCESSO DA AMAMENTAÇÃO
Resumo
O presente projeto além de fundamentar a importância do leite materno nos primeiros seis meses de vida do recém-nascido, vem manifestar para as mulheres a existência de possíveis traumas que estas podem sofrer e malefícios aos bebês relacionados a amamentação ineficaz, apreciando o olhar da puérpera frente a esta ineficácia. A pesquisa apresenta como objetivo identificar os malefícios que as mães correlacionam com a realização da amamentação ineficaz, descrever as implicações para o binômio mãe-filho relacionados a incoerência no ato de amamentar; apresentar o papel do enfermeiro na abordagem à mãe-bebê diante da problemática de uma amamentação ineficaz e propor ações que colaborem com o aumento do conhecimento a respeito da técnica correta de amamentar. Para realização deste projeto foi utilizada como metodologia uma abordagem qualitativa, descritiva e exploratória do tipo pesquisa de campo, desenvolvida com 15 mulheres, com idade entre 16 e 41 anos que estavam em processo de aleitamento e encontraram dificuldades para amamentar. Os dados foram coletados em uma unidade de pós-parto no Hospital Municipal Miguel Couto, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, no mês de agosto de 2013, mediante entrevista gravada para posterior análise e conclusão dos discursos coletados. Ao analisar o perfil das entrevistadas a maioria das mulheres eram primíparas, multigestas, de maior idade, com ocupação profissional do lar, apresentando 1º grau incompleto. Em meio a utilização da técnica de análise de conteúdo, emergiram três categorias temáticas. A primeira apresentava a falta de conhecimento sobre amamentação correta e gesto praticado através do Instinto Maternal. A segunda abordava a falta de interação entre os profissionais de saúde e a nutriz durante o pré-natal. E a terceira categoria expunha sobre intercorrências construindo a ineficácia da amamentação. Diante da pesquisa obtivemos os seguintes resultados: 46,66% das puérperas entrevistadas, não tinham conhecimento sobre amamentação correta e 53,33% apresentavam um conhecimento “empobrecido”, independente da idade, mas mesmo assim praticavam o gesto de amamentar, devido ao instinto maternal. Em relação a orientação, 46,66% das puérperas, não tiveram orientação dos profissionais de saúde, apesar de 20% serem domésticas não interferiu, e dentro das 53,33 % que tiveram orientação, 40% apresentavam 1° grau incompleto, o que dificultava seu entendimento frente a um saber bastante teórico. O maior número de filhos e gestações não influenciou para obtenção do sucesso da amamentação, pois apesar de 47% serem multíparas e 60% serem multigestas, apresentaram dificuldades. E as intercorrências devido a ineficácia da amamentação surgiram. A de maior frequência foi a dor, onde, 60% relataram sentir ao amamentar e rachaduras, as quais 53% apresentaram. Porém após realização do estudo conclui-se que, as puérperas não associavam as intercorrências ao ato incorreto de amamentar. E como mães independente de saberes amamentarão, mesmo de forma incorreta, pois apresentam instinto maternal. Comprovou-se ainda, que estas mulheres comparecem as consultas de pré-natal, porém apresentam dificuldade de associação dos saberes, por este conhecimento estar sendo passado de forma mecanizada. Ao término da pesquisa como futuras enfermeiras auxiliamos as puérperas demonstrando a técnica correta da amamentação, esclarecemos para as mesmas, que as intercorrências como: rachadura, dor, ingurgitamento, falta de leite e com seus bebês complicações respiratórias, ortodônticas, desnutrição e até mesmo dificuldade na fala poderiam surgir devido á má pega e um posicionamento incorreto. E mediante as inúmeras intercorrências, sugerimos que haja um programa de orientação para as mães de forma mais individualizada; no pré-natal apresentem ilustrações sobre toda a teoria e aos profissionais de enfermagem sejam exigidos obrigatórios cursos de reciclagem.
Palavras-chave
amamentação, relações mãe-filho, enfermagem.
Referências
BRASIL. M.S. Saúde da criança: Nutrição Infantil Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Brasília – DF 2009.
BRASIL. M.S. Secretaria de Atenção à Saúde. Álbum Seriado: Promovendo o Aleitamento Materno. 2 ed. Brasília: Positiva, 2003. p. 1-16
FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Ensinando a cuidar da mulher, do homem e do recém-nascido: práticas de enfermagem. São Paulo: Difusão Paulista de Enfermagem, 2003. p. 94-95.
NANDA, Internacional. Diagnóstico de Enfermagem da NANDA. Definição e Classificação, 2009-2011; tradução Regina Machado Garcez – Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 239.