Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES USUÁRIOS DE CRACK INTERNADOS EM HOSPITAL DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NA CIDADE DE FORTALEZA-CE
Kátia Costa Savioli, Júlio Cezar Nunes Vieira, José Gomes Bezerra Filho, Kélvia Maria Oliveira Borges

Resumo


A problemática do uso de substâncias psicoativas é caracterizada como um grande desafio para a Saúde Pública, sua amplitude e abrangência são percebidos nos veículos de comunicação e nas alarmantes estatísticas ligadas à saúde, educação e segurança pública. Atualmente, temos nos deparado com uma série de esforços e políticas que tem como objetivo a mudança deste cenário que ora se instalou no Brasil e sobretudo no Município de Fortaleza-CE. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes usuários de crack internados em um hospital geral na cidade de Fortaleza-CE. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal, realizado na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza no ano de 2012. A coleta de dados ocorreu por meio dos prontuários de 2011 para uma amostra de 102 pacientes dependentes químicos do crack. Para análise dos dados empregou-se a Estatística Bayesiana, na qual utiliza informação a priori para obter os resultados desejados. As informações necessárias para a modelagem dos dados foram retiradas do modelo de regressão logística ajustado aos usuários de crack da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, 2010. Resultados: No ano de 2011, houve 311 internações por uso de álcool e outras drogas na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, sendo que, o uso de crack foi descrito em 31,5% destas. Dos pacientes usuários de crack, 80,4% são do sexo masculino, no qual 39,2% possuem entre 25 e 34 anos de idade. Boa parte dos pacientes (70,6%) possui pelo menos o nível básico de ensino. O diagnóstico que predominou entre os sujeitos do estudo foi o transtorno mental e comportamental por uso abusivo de múltiplas drogas (76,5%), destes, 71,6% compareceram a unidade de atendimento sozinhos. Apenas 54,9% concluíram o tratamento de desintoxicação e somente 18,6% foram encaminhados para o CAPS do seu devido bairro/regional. Conclusão: O estudo corrobora com outras pesquisas nacionais e internacionais e confirma que homens, adultos jovens e com pouca escolaridade são fatores determinantes de usuários de crack, e prevalece o diagnóstico de transtorno mental e comportamental por uso abusivo de drogas. Revela-se a necessidade de ações intersetoriais e multiprofissionais bem articuladas para continuidade e efetividade do tratamento dos drogaditos, que seja considerada a singularidade dos sujeitos, sua realidade sócio-econômica-cultural, bem como a fragilidade característica do processo adolescer.

Palavras-chave


Epidemiologia; Crack; Assistência à Saúde