Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A CONSTRUÇÃO DO MATRICIAMENTO NUM CAPS 3 NO MUNICÍPIO DE SANTOS/SP
Eliana Rocha de Lima, Luciana Cescon

Resumo


Caracterização do Problema: Este trabalho tem por objetivo discutir de que forma aconteceu e está acontecendo a política Matriciamento num CAPS III em Santos/SP. Esse processo foi visto como necessário após uma tarefa de levantamento de dados, originada em um curso de Avaliação em Saúde Mental. Esse curso era parte integrante da “Pesquisa Avaliativa de Saúde Mental: indicadores para avaliação e monitoramento dos CAPS III do Estado de São Paulo”. A tarefa  teve como proposta fazer um levantamento de dados onde se desenharia a – caracterização dos serviços e levantamento do perfil dos usuários. Realizou-se  o  levantamento dos 1848 prontuários ativos dos usuários do NAPS III, no qual identificou-se uma demanda significativa de casos leves – aproximadamente 800 pessoas com uso de uma ou duas medicações. Percebeu-se que os atendimentos aos casos específicos da  Saúde Mental poderiam ter prioridade e mais agilidade caso esses casos leves fossem direcionados para a Atenção Básica. Diante disso, os gestores dos cinco Núcleos de Atendimento Psicossocial (NAPS) do município começaram a dialogar com a Secretaria de Saúde sobre a necessidade de direcionar essa demanda. Descrição da Experiência: Como gestora de um dos Núcleos de Atendimento Psicossocial, pude acompanhar a construção das equipes matriciais e a construção da rede com as Unidades Básicas de Saúde do território adscrito ao NAPS III. No NAPS III, foram feitas duplas de técnicos que seriam a referência para as unidades de Atenção Básica: cada dupla ficou responsável pela construção de rede com uma Policlínica, passando os casos, agendando a primeira consulta lá e discutindo-os com a Policlínica. Na nossa unidade, foi construída uma ficha de encaminhamento específica para o Matriciamento, que contemplava dados da história do sujeito – queixa apresentada na triagem, acompanhamento anotado no prontuário, medicação atual, entre outros. Como preceptora de alunos de uma Faculdade pública na área de Saúde, pude acompanhar o percurso destes na construção de uma proposta de acolhimento dos usuários encaminhados à Atenção Básica. Estes estagiários tinham como objetivo ampliar o cuidado, favorecendo a noção de atendimento integral e fazendo a ponte entre os dois serviços, acolhendo os usuários em sua entrada na Atenção Básica. Efeitos alcançados: O Matriciamento está em processo de construção, mas já tem demonstrado sua importância, tanto para a organização dos serviços como para o cuidado aos usuários. Recomendações: Espera-se que o espaço de transição destes usuários possa ser qualificado. Que as reuniões de equipe com os trabalhadores da Atenção Básica e da Saúde Mental, contando ainda com a participação dos estagiários, possam ser ampliadas para muito além da passagem de casos, tornando-se um lugar para discussão, co-responsabilização e efetiva construção de rede.

Palavras-chave


Matriciamento saúde mental na atenção primária; construção da rede de saúde; saúde mental na atenção primária.