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Introdução: O câncer do colo uterino apresenta altas taxas de prevalência e mortalidade no Brasil, sendo o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres de acordo com o Ministério da Saúde. Os programas de rastreamento sistemático da população feminina por meio do exame citológico do colo do útero têm sido uma das estratégias mais efetivas, seguras e de baixo custo para detecção precoce desse câncer. A equipe de ESF do Delfino Magalhães em Montes Claros, MG, detectou a necessidade de maior empenho em aumentar a cobertura deste exame, visando atingir mulheres na faixa etária de maior risco. Objetivos: Identificar os principais aspectos sociais, econômicos, culturais e os fatores associados a não realização do exame citológico do colo uterino em mulheres de 25 a 60 anos de idade, e com estes dados contribuir com o serviço, para um redirecionamento das ações relacionadas à situação encontrada. Método: Trata-se de um estudo do tipo transversal, de abordagem quantitativa e caráter descritivo, sendo selecionadas aleatoriamente 207 mulheres de 25 a 60 anos de idade cadastradas na ESF do Delfino Magalhães, que não fizeram o exame citológico do colo uterino a mais de três anos. A coleta de dados foi realizada em visitas domiciliares através de aplicação de questionário estruturado. Estes dados foram compilados em um banco de dados e submetidos à análise descritiva. Sendo utilizado o programa estatístico Statístical Pocckage for the Social Sciences for Windows versão 15.0. Resultados: Observou-se que 80 (38,6%) mulheres tem de 40 á 49 anos, 125 (60,4%) são casadas, 119 (57,5%) estão inseridas no mercado de trabalho e 144 (69,5%) possuem renda mensal de até R$930,00. Ao avaliar a realização da prevenção do câncer do colo uterino constatamos que 114 (55,1%) das pesquisadas haviam realizado o exame em outro serviço e 93(44,9%) não realizaram o exame, sendo os principais motivos: 34 (36,6%) por falta de interesse, descuido, não ter vontade; 17 (18,3 %) por não ter tempo disponível, não poderem faltar ao trabalho; 14 (15,1%) por considerar o exame embaraçoso, por ter vergonha, medo e 14 (15,1%) por ter dificuldade em marcar o exame, não ter vagas. Conclusão: Consideramos necessária uma atuação diferenciada dos profissionais da saúde com as mulheres em relação ao exame de prevenção. Uma atuação com envolvimento, com respeito à sua intimidade, à sua privacidade, ao seu direito de conhecer e poder conversar sobre o câncer de colo uterino e a prevenção.

CÂNCER DE COLO DE ÚTERO, EXAME CITOLÓGICO DO COLO UTERINO, ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA