Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A ASSISTÊNCIA AOS PORTADORES DE HIV/AIDS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SERVIÇOS DO SISTEMA ÚNICO
Jéssica Freire Rangel, Letícia Alexandre Lima, Cecília Carla Barroso Calazans, Priscila de Vasconcelos Monteiro, Maria Lúcia Duarte Pereira, Jordana Rodrigues Moreira

Resumo


A Atenção Básica (AB) abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. O Programa de Saúde da Família (PSF), desde a sua criação em 1994 pelo Ministério da Saúde, apresenta-se como estratégico na AB e como dispositivo central na reorientação do modelo assistencial, historicamente centrado na doença e na assistência individual, por um modelo baseado nos princípios do SUS, como universalidade, equidade e integralidade. A magnitude e a transcendência da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) são inquestionáveis, com impactos de naturezas diversas, do ponto de vista individual e coletivo. A AIDS no país tem características de epidemia concentrada, com prevalência da infecção pelo HIV da ordem de 0,6% entre a população de 15 a 49 anos, sendo 0,4% entre mulheres e 0,8% entre homens. Essa situação torna-se mais complexa quando, segundo o Ministério da Saúde (MS), dois terços dos brasileiros soropositivos não conhecem seu status sorológico. Desta forma, o número de infectados é potencialmente maior do que os divulgados pelas estimativas. Ao lado do contexto epidemiológico, a atenção às pessoas portadoras de HIV/ AIDS vem sendo qualificada ao longo dos anos. O aumento da sobrevida dos pacientes com AIDS deu-se graças à adoção de medidas para diagnóstico precoce, profilaxias primário-secundária de doenças oportunistas e, principalmente, introdução da terapia antirretroviral altamente ativa, com distribuição gratuita para toda a rede do SUS, a partir de 1996. Este fato trouxe novos desafios para os serviços, com impactos claros na qualidade da atenção às pessoas vivendo com HIV e AIDS (PVHA), o que impõe a necessidade de maior integração entre os níveis de atenção à saúde, destacando-se a atenção básica como estratégia importante na qualificação da atenção à PVHA. Nesse contexto, discute-se a necessidade de se efetivar uma política de atenção integral a essa população, a introdução da Estratégia Saúde da Família (ESF) como forma de organização da atenção primária e o desafio de trabalhar pautado nos princípios do SUS. Diante da ampliação da cobertura populacional da atenção básica no país, os movimentos atuais na rede do SUS estão direcionados para a qualificação da atenção. Entretanto, as iniciativas para integração de forma qualificada das ações de saúde à ESF ainda estão restritas. No caso das pessoas infectadas por HIV/AIDS já manifesta, a abordagem na ESF fortalece a necessária qualificação do seu papel na rede, não apenas como porta de entrada, mas, como espaço para ampliação da abordagem para aspectos que vão além dos fatores biológicos, como autocuidado, abordagem familiar, abordagem comunitária, educação em saúde; passando para aspectos como atenção e cuidado ao outro.

Palavras-chave


dst/aids; assistência; atenção básica; sistema único de saúde

Referências


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