Resumo
INTRODUÇÃO
Os limites relacionados à gestão de serviços e o apoio matricial se apoiam nos “seis níveis de obstáculos ao bom desempenho da equipe matricial de Campos & Domitti (2007)”.
O modelo proposto por Campos foi incorporado pela Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde e passou a fazer parte do documento denominado HumanizaSUS (BRASIL, 2004-2).
Aqui é balizado o modelo composto por um sistema com decisões centralizadas o que tende a estimular a alienação e o descompromisso do trabalhador e do usuário da Saúde. Acredita o autor que uma ordenação do trabalho em saúde estimularia um novo modelo de responsabilidade (SANTOS FILHO, 2008).
OBJETIVOS
Identificar os obstáculos à gestão de serviços e as suas implicações para o apoio matricial em um serviço de atenção psicossocial.
Discutir os obstáculos à gestão dos serviços à luz do campo teórico proposto por Campos & Domitti.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritiva e exploratória, desenvolvido no âmbito de um serviço de atenção em saúde mental (Centro de Atenção Psicossocial - CAPS Madeira Mamoré), no município de Porto Velho, capital do estado de Rondônia, Amazônia Legal Brasileira.
RESULTADOS
Considerando esta realidade e a possibilidade de reordenar o trabalho em Saúde, Campos e Domitti (2007) “anunciam seis níveis de obstáculos ao bom desempenho da equipe matricial”.
Percebe-se também outro arranjo reforçado pelas gestões de saúde, à medida que este opõe obstáculos ao fluxo de serviços no SUS, caracterizado pelo excesso de demandas, e o engessamento que isto provoca na atuação dos profissionais:
“Não é possível ter volume crescente de quase 10.000 clientes com recursos humanos limitados. Vai haver esgotamento. Estamos adoecendo. Não é dramatização”. (PEM5)
“O fato de se evitar a Saúde Mental faz com que tudo venha para o CAPS... é mais fácil jogar para o outro (...). Há grande demanda de receitas azuis (...)” (PEM2)
CONCLUSÃO
A implantação do apoio matricial no CAPS Madeira Mamoré propiciará ao serviço e aos seus profissionais um reordenamento na assistência e na sua gestão, pois organizará o seu território, bem como elaborará intervenções pedagógico-terapêuticas a partir das discussões conjuntas de casos, e construção de projeto terapêutico para os usuários com transtornos leves em saúde mental no âmbito da Atenção Básica.
Palavras-chave
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: equipe de referência e apoio matricial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004 (2). 16p. 2004b
BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de humanização da atenção e gestão do SUS: documento base. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
CAMPOS, G W S. Equipes de referência e apoio especializado matricial: um ensaio sobre a reorganização do trabalho em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, São Paulo, 4 (2): 393-403, 1999.
CAMPOS, G. V. S.; DOMITTI, A. C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cadernos de Saúde Pública, 2007; 23 (2), 399-407.
JULIANO, A. S. Apoio matricial em saúde mental na estratégia saúde da família em Rio Grande, RS: a organização do processo de trabalho e a ampliação da clínica. Dissertação de Mestrado da Universidade Católica de Pelotas, Rio Grande do Sul, 2011.