Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL: MORBIDADE DO ANO DE 2008 A 2012
Samara Pereira de Souza, Sandra Ferreira Cordeiro, Luana Géssica Freires Martins, Nívea Fernandes Furtado, Germanna Maria Lima Mendes, Rebeca Silveira Rocha

Resumo


A sífilis congênita ainda é considerada um importante problema de saúde pública, apesar de se tratar de doença de fácil diagnóstico e de ser totalmente evitável quando o tratamento da gestante e de seu parceiro é realizado adequadamente (COSTA et al, 2013). O número de casos de sífilis congênita é expressivo. Tendo em vista a simplicidade diagnóstica e o fácil manejo clínico/terapêutico da sífilis na gestação, esta é considerada um verdadeiro marcador da qualidade de assistência à saúde materno-fetal (BRASIL, 2005). Vale destacar também que as medidas de prevenção da doença são simples e de baixo custo, enquanto o tratamento de uma criança com sífilis congênita é bastante prolongado e oneroso (COSTA et al, 2013). A sífilis congênita é uma doença que pode ser evitada. Práticas realizadas rotineiramente na assistência pré-natal são efetivas para a prevenção de casos. Óbitos por sífilis congênita em menores de cinco anos são considerados evitáveis com os recursos assistenciais disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). É um evento sentinela, já que pode ser evitado por ações de saúde eficazes e obriga a investigação retrospectiva dos casos para obter informações sobre a assistência prestada e propor medidas pertinentes (DOMINGUES et al, 2013). OBJETIVOS: Identificar o número de internações hospitalares por Sífilis Congênita no Brasil do ano de 2008 a 2012. METODOLOGIA: Estudo do tipo epidemiológico descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS – SIH/SUS e SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponíveis no site do DATASUS, no Brasil, internados no período de 2008-2012 por sífilis congênita. RESULTADOS: No Brasil totalizou-se 21,888 casos notificados de Sífilis Congênita, sendo que 39,0% ocorreram na região nordeste e 35,0% na região sudeste. Na região nordeste ocorreu 1,423 (16,0%) casos no ano de 2008, 1,463 (17,0%) no ano de 2009, 1,543 (18,0%) no ano de 2010, 1,888 (22,0%) no ano de 2011 e 2,237 (26,0%) no ano de 2012. CONCLUSÃO: Predomina o aumento de casos do ano de 2008 a 2012 nas regiões nordeste e sudeste. Nas outras regiões ocorre diminuição, porém, os resultados não são significativos, considerando que a diminuição deve ser contínua. A enfermagem como profissão promotora de saúde deve atuar com o objetivo de minimizar a ocorrência de casos de sífilis congênita, atuando principalmente na atenção primária através da educação em saúde para as doenças sexualmente transmissíveis e identificação dos casos através da solicitação dos exames no primeiro e no terceiro trimestre. É necessária a construção de projetos e estratégias de âmbito regional e nacional que sejam inovadoras onde haja a ação da equipe multi e interdisciplinar e de vários setores, com o objetivo de captar essas mulheres para o pré-natal o mais precocemente possível, diagnosticar a sífilis materna ainda na gestação e tratar a gestante e o parceiro, diminuindo assim os riscos da transmissão vertical.

Palavras-chave


sífilis congênita, morbidade, enfermagem

Referências


BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS), Brasília. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cqsih/cnv/niCE.def. Acesso em: 01 de Nov/2013, 13:18.

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