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CÍRCULO DE CULTURA: DIALOGANDO A INTERDISCIPLINARIDADE A PARTIR DA EDUCAÇÃO LIBERTADORA
Resumo
Introdução: A partir da perspectiva do princípio da integralidade preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) percebe-se a necessidade de se instigar ainda dentro das universidades espaços que promovam a interdisciplinaridade, uma vez que os acadêmicos irão atuar em equipes multiprofissionais. Nesse contexto, a promoção de espaços interdisciplinares possibilitará superar barreiras limitantes que são muitas vezes impostas pelas especialidades. Objetivo: Discutir a interdisciplinaridade a partir de uma oficina influenciada pelo referencial do Círculo de Cultura de Paulo Freire. Método: Estudo exploratório-descritivo do tipo pesquisa-ação realizado em novembro de 2013 com oito acadêmicos de projetos de extensão dos cursos de Educação Física e Enfermagem de uma universidade estadual do Ceará. Doravante a necessidade de se trabalhar interdisciplinaridade, promoveu-se uma Oficina influenciada pelo Círculo de Cultura de Paulo Freire para se tentar escapar da educação bancária que ainda impregna muitos espaços universitários. Respeitou-se os princípios éticos da Resolução 466/12, sendo aprovado pelo Comitê de Ética. Resultados: A Oficina foi dividida em cinco momentos. Para deixá-los mais á vontade foi proposta uma acolhida. Depois houve a animação e a problematização por meio de uma dinâmica com o objetivo de reflexão sobre interdisciplinaridade e trabalho em equipe. Para descobrir o universo vocabular dos participantes solicitou-se que eles escrevessem em um balão uma palavra que representasse a interdisciplinaridade. Em seguida o grupo foi dividido em duas equipes para construírem a síntese criativa. Desse modo, por meio de uma dinâmica e de uma dramatização eles expressaram que a interdisciplinaridade é necessária, reconhecendo que uma área de conhecimento tem suas potencialidades, mas também têm suas limitações e que precisa da outra para supri-las. E por último ocorreu a apresentação das sínteses para o compartilhamento das idéias e a pactuação entre os acadêmicos de que iriam tentar promover mais ações entre os diferentes cursos. Assim, a partir da Oficina pôde-se promover um espaço horizontal, o que permitiu o entendimento de que todos os sujeitos são detentores de conhecimento, onde um não sabe mais que outro, apenas possuem conhecimentos diferentes (FREIRE, 2000). Conclusão: A Oficina possibilitou que os acadêmicos saíssem do papel passivo de receptores de conhecimento para se tornarem sujeitos problematizadores, partindo para uma educação libertadora.
Referências
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra; 2000.