Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PRIMEIRO SEMESTRE DE TRABALHO DE UM PET DE VIGILÂNCIA CLÍNICA DO HIV E AIDS DO SUL DO BRASIL
Bárbara Niegia Garcia de Goulart, João Werner Falk, Ricardo de Souza Kuchenbecker

Resumo


O Rio Grande do Sul é o estado com maior incidência de casos notificados de AIDS no Brasil desde 2000 e vem tendo aumento da prevalência de portadores do vírus em sua população. Em 2001 a Secretaria da Saúde de Porto Alegre promoveu a municipalização das ações de vigilância epidemiológica da AIDS, mas ainda apresenta limitações e dificuldades para reduzir a subnotificação dos casos e a integração entre atividades de vigilância epidemiológica e a assistência à saúde dos indivíduos portadores do vírus HIV. A integração entre as ações de vigilância em saúde e a assistência a portadores do HIV é condição essencial para reduzir o principal desafio que o SUS enfrenta atualmente em relação à assistência integral a estes indivíduos. Estudos estimam que aproximadamente 50% dos indivíduos infectados com o HIV são diagnosticados e iniciam seu atendimento numa fase avançada da doença, já com a apresentação de sintomas, o que determina padrões de morbidade e mortalidade elevados e a perda de oportunidades em relação a causas preveníveis de mortalidade e de internação relacionadas à doença. Em junho de 2013 o PET vigilância iniciou as suas atividades no serviço de atendimento especializado (SAE) da Vila dos Comerciários em Porto Alegre (RS) com o objetivo de fortalecer a integração entre a vigilância epidemiológica e a assistência especializada aos pacientes com HIV por meio de estratégias de integração dos sistemas de informação (SINAN, SIM, SISCEL, SICLOM e SIH) com o serviço de saúde por meio do Laboratório Central do Município de Porto Alegre no distrito da Glória/Cruzeiro/Cristal. Decorridos seis meses desde o início das atividades deste grupo PET, foi feita a seleção dos bolsistas, aproximação com o grupo PET HIV/AIDS que já vinha desenvolvendo atividades no mesmo serviço há aproximadamente doze meses e estabelecida integração com a equipe e com as rotinas do SAE, bem como acompanhamento das rotinas de consultas e do laboratório, além da identificação das rotinas de gerenciamento das informações dos pacientes do serviço. Dentre os desafios previstos para a implementação das ações estão a relação inversamente proporcional entre o tamanho da equipe do SAE e o quantitativo de demanda por atendimento; dificuldade de manutenção da adesão dos pacientes ao tratamento (ligada a precariedade social dos pacientes); dificuldade de acesso ao serviço de saúde mental, inclusive para usuários de drogas e álcool, além de dificuldade de contato/ acesso à pacientes que evadiram do serviço.

Palavras-chave


AIDS; vigilância em saúde; vigilância clínica; PET; interdisciplinaridade

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