Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A ESTRATÉGIA PARTICIPATIVA E INTERDISCIPLINAR NO CONTROLE DA DENGUE: POSSIBILIDADES E DESAFIOS
Cyntia Monteiro Vasconcelos Motta, Andrea Caprara, Edina Silva Costa, Lana Karine Vasconcelos Barroso, Elaine Neves de Freitas, Krysne Kelly de França Oliveira, Selma Antunes Nunes Diniz

Resumo


Introdução: O controle da dengue deve ser uma atividade que atua nos diversos fatores (ecológicos, biológicos e sociais) que determinam a manutenção e dispersão de seu vetor transmissor. Diante das limitações dos programas atuais de controle da dengue, as abordagens participativas e interdisciplinares têm ganhado cada vez mais espaços, no entanto diversos obstáculos impedem sua implementação, como, por exemplo, a própria população tradicionalmente foi estruturada em um paradigma de dependência, e passou a defender que as respostas vêm de “fora”, e ao conseguir adentrar uma comunidade o pesquisador não consegue avançar no processo participativo. Por outro lado, encontramos um grande obstáculo que por diversas vezes o pesquisador não aceita que todo saber local é válido. O presente estudo efetivou uma intervenção reconhecendo a Participação e a Interdisciplinaridade como uma estratégia a envolver e responsabilizar os gestores e a sociedade diante a dinâmica de transmissão da dengue. Objetivo: Objetivou-se implementar um modelo interdisciplinar e participativo com a finalidade de envolver serviços públicos e a comunidade na prevenção da dengue. Métodos: Caracterizou-se como uma pesquisa-ação, que se fundamentou em uma estratégia em um bairro do município de Fortaleza, Ceará, Brasil no período junho de 2012 a março de 2013. A intervenção buscou a reflexão participativa envolvendo atores sociais para discutir a mudança e as soluções. O local foi escolhido dentre um sorteio de 10 bairros àquele que tinha índices elevados de infestação do vetor e que tinha como característica uma organização comunitária para inserir a proposta participativa. O bairro selecionado foi o Quintino Cunha e a estratégia foi realizada com Encontros do Grupo Interdisciplinar (EGI) no qual reuniu lideranças comunitárias, moradores e funcionários do Centro Comunitário, do Controle de Endemias, do Programa de Saúde da Família e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família.  Resultados: Foram realizados 8 EGI’s e partir desses encontros foram estabelecidos 5 ações de prevenção a doença. Os sujeitos acreditam que mudança no Controle da Dengue é necessária. As ações implementadas a partir da estratégia foram: ação de educação em saúde com os idosos moradores do bairro; ação de vedação das caixas d’águas; ação de educação casa-a-casa com moradores sobre os cuidados nas casas; ação de entrega casa-a-casa de material informativo e ação de recolhimento de lixo e reservatórios sem utilidade dos quintais. Considerações: Ao longo desse estudo, percebeu-se que os sujeitos têm consciência que a população criou a dependência na figura do agente de endemias e o uso do larvicida. E com os encontros e as ações perceberam que o controle da dengue deve envolver diversos setores e a própria comunidade. Os sujeitos acreditam que não só os hábitos da população devem ser modificados, mas a infraestrutura dos bairros necessita de melhorias para a prevenção dos casos.

Palavras-chave


PARTICIPAÇÃO SOCIAL, DENGUE, CONTROLE DE VETORES