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O OLHAR DE MULHERES SOBRE SUAS HISTÓRIAS DE VIDA E (CON) VIVÊNCIAS FAMILIARES, TERESINA-PI
Resumo
Introdução: A experiência de viver o cotidiano em família fornece, para cada membro integrante, elementos estruturantes que fundamentam o significado do que é ser e fazer parte de uma família. A vida cotidiana das famílias é permeada por projetos, expectativas, frustrações, dificuldades, desejos, responsabilidades, perdas e conquistas, que se manifestam de modo individual ou em grupo, e que marcam a (con)vivência da família. Objetivos: Descrever o olhar de mulheres residentes na Vila Irmã Dulce, Teresina-PI, sobre suas histórias de vida e singularidades compartilhadas em suas relações familiares. Método: Este relato trata-se de um recorte de pesquisa de mestrado em fase de conclusão na Universidade Federal do Piauí. A pesquisa foi realizada em um território da ESF de Teresina-PI. A coleta de dados referente a esta etapa ocorreu por meio de entrevistas com dez mulheres moradoras da vila, selecionadas pelos ACS, durante visitas domiciliares. Resultados: Os relatos das entrevistadas sobre os maiores problemas enfrentados no dia-a-dia de suas vidas giraram em torno das dificuldades estruturais vivenciadas no bairro, problemáticas familiares, responsabilidades no cuidado com a família, ou experiência pessoal com alguma situação de adoecimento em que a presença da doença é considera impeditiva para o seguimento de uma vida normal. Histórias de vida como conviver com o câncer, ter netos envolvidos com o tráfico de drogas, abdicar de sonhos em função da família, preocupação com a falta de dinheiro, assumir a responsabilidade de cuidar da própria saúde e de seus familiares, o conformismo com a pobreza desde que seja compensado com saúde. Todas elas vivem intensamente em função de suas famílias. Suas vidas estão entrelaçadas às vidas de seus entes e seus modos de viver estão diretamente relacionados ao convívio com o próximo e o seu lugar. Conclusão: Percebeu-se que, para todas elas, independente de qual experiência particular vivenciada, é nítido que as preocupações geradas refletem na saúde delas. O contexto sociocultural ainda apresenta a mulher como principal cuidadora do lar e dos familiares. Contudo, não apenas o fator histórico de divisão de papéis contribui para isso. Elas mesmas assumem essa responsabilidade em relação ao cuidado com a família. Cada uma, ao seu modo, busca forças e cria estratégias de enfrentamento aos problemas vivenciados de maneira particular ou em conjunto familiar.
Referências
DELGADO, Josefa Aida. Que é o "ser da família"?. Texto contexto - enferm., Florianópolis , v. 14, n. spe, 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072005000500011&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Dec. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072005000500011.