Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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DESTERRITORIALIZAÇÃO E RETERRITORIALIZAÇÃO: DA DUNA AO MORRO
Marco Túlio Aguiar Mourã£o Ribeiro, Tatiana Monteiro Fiuza, Francisco Ursino da Silva Neto, Renan Magalhaes Montenegro Junior, Mayrá Lobato Pequeno, Pedro Renan Santos de Oliveira

Resumo


O trabalho tem como objetivo descrever processo de territorialização de equipe de saúde dialogando com Deleuze e Guatarri. A territorialização para esses autores remete a construção do território. Essa ocorre através de agenciamentos, ou seja, encontros, desencontros, reencontros, fusões, conexões. Propomos neste trabalho extrapolar o território normativo e incorrer em reflexões sobre um território dinâmico, cheio de relações e de vida e os movimentos de desterritorialização e reterritorialização. Para responder ao nosso problema propomos a etnografia. A análise será através da hermenêutica aplicada ao contexto social. Diário de campo e entrevistas foram realizados e posteriormente interpretados. O cenário da pesquisa foi a Barra do Ceará, especificamente a comunidade das Goiabeiras. Para o processo de territorialização propomos um “passeio peripatético” pela comunidade das Goiabeiras através de vivências da pesquisadora em um território incandescente de vida. O “Morro” é uma duna que foi invadida durante a década de 90 e a primeira década do século atual em um processo de desterritorialização e reterritorialização. As linhas de fuga nesse processo levaram ao surgimento de “aglomerados urbanos de exclusão” Na linguagem desterritorializou-se uma duna e reterritorializou o “Morro”. Desterritorializou-se uma Duna onde os jovens praticavam ‘surf na areia’ e reterritorializou-se uma duna ocupada de maneira desordenada. O Morro foi deixando de ser um “morro qualquer”. Reterriterializou-se através de estratificações e desestratificações. A estratificação, para Deleuze, existe em uma ética filosófica que pode ser formulada da seguinte maneira: para afirmar a potência vital é preciso aumentar as conexões e composições (encontro felizes) e diminuir o poder das de-composições (maus encontros). O sentimento de pertencer ao “Morro” e de solidariedade são exemplos de encontros felizes. A exclusão de políticas públicas, o não acesso ao emprego, a violência urbana e o tráfico de drogas são maus encontros. Por fim, quando nos referimos a territorialização em saúde buscamos um processo que não pode se eximir de dialogar com os processos históricos, com a dinâmica da comunidade e com a constante transformação do território.

Palavras-chave


territorialização

Referências


1-      GADAMER, H-G. Verdade e Método I. Traços fundamentais de uma hermenéutica filosófica. 5º ed. Petrópólis: Vozes/Bragança Paulista: Ed. São Francisco, 2003.

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3-      DELEUZE, G. e GUATTARI, F. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia . Vol. 3. Rio de Janeiro: Editora 34. 1996.

4-      DELEUZE, Gilles, 1925-1995  D39m   Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia, vol. 1 / Gilles v.l  Deleuze, Félix Guattari ; Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. —Rio de janeiro : Ed. 34, 1995 94 p. (Coleção TRANS)

5-      DELEUZE, Gilles, 1925 -1995  D39m   Mil platôs - capitalismo c esquizofrenia, vol. 4 / Gilles Deleuze,  Felix Guattari; tradução de Suely Rolnik. - São Paulo: Ed. 54, 1997 176 p.  (Coleção TRANS)  Tradução de: Mille plateaux - capitalisme et schisophrénie   Bibliografia  ISBN 85-7326-050-5