Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO BRASIL: GRANDE E PEQUENAS HISTÓRIAS
Quelen Tanize Alves da Silva

Resumo


Como referir um período de constituição de uma política usando referências como portarias e legislação específica e, ao mesmo tempo, buscar expressar nesse relato a fluidez, o movimento, as produções de sentidos que ocorreram? Falar da implementação da Política da Residência Multiprofissional em Saúde e de suas apostas de mudanças no âmbito da formação em saúde e, ao mesmo tempo, não negligenciar os efeitos que essa Política opera ao dialogar com diferentes pessoas e grupos, agenciando-os, conectando-os, implicando-os mutuamente; dando visibilidade aos efeitos que uma política opera na vida das pessoas Uma política pública é construída e legitimada pelas pessoas (BALL, 2006); por isso, é relevante compreendermos os grupos e pessoas que foram deslocados a partir de seus efeitos, perceber o movimento que acontecem nos níveis locais em torno da implementação das ações. Desse modo, é possível vislumbrar a política de forma encarnada, ganhando musculatura, pulsação e sangue a partir dos referenciais dos coletivos que fazem a política em níveis institucionais e locais (ARRETCHE, 2001) Esse estudo privilegiou uma abordagem qualitativa – através de observações e entrevistas – e teórico-conceitual – com a ajuda de autores como Maffesoli, Morin, Deleuze, Spinoza, dentre outros – com a intenção de compreender a complexidade das relações nesses espaços institucionais. Este pesquisa buscou compreender o efeito que as políticas públicas podem operar na vida das pessoas, os Residentes em Saúde – que implicam-se de maneiras diversa em seu entorno- e de que maneira interação entre esses atores que poderá configurar as infinitas possibilidades de implementação da ação pública.  A perspectiva metodológica fundamentou-se na reflexão teórico-crítica. As Residências em Saúde são implementadas nos serviços a partir da compreensão dos gestores, trabalhadores dos serviços, assim como dos residentes que, ao ocuparem um lugar-estrangeiro à instituição, podem tensionarem as práticas da equipe. Da mesma forma, os Programas de Residências em Saúde atuam parcialmente como um catalisadores, pois dinamizam, implicam diferentes atores – impulsionados por diferentes motivações – em um mesmo processo que pode configurar-se como criação e invenção de novas produções de cuidado ou de conservação e resistências a mudanças.

Palavras-chave


Residências em Saúde; Política Pública; Formação