Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O Envelhecimento sob novos olhares
Elizabeth Clarkson Mattos, Letícia Roberta Rodrigues, Kaic Fiuza Campos, Clelton de Aguiar Monteiro, Igor Melo de Almeida, Ana Beatriz de Sousa Silva, Lucas Caroli Cruz, Ronielly Pereira Bozzi, Vitor Fernando Audibert, Maria Clara Simões da Motta Telles Ribeiro, Fernanda Romeiro Dias, Thaís da Cunha Panaro, Vitor Carvalho da Nóbrega

Resumo


Relato de experiência da vivencia de campo prático na saúde, na disciplina Trabalho de Campo Supervisionado 1 desenvolvida pelos alunos do primeiro ano da faculdade de medicina da UFF numa  interface da pesquisa com o ensino e a extensão. Seguindo essa máxima do SUS em seu compromisso com a defesa da vida na medida em que põe a prática na saúde mais próxima da realidade vivenciada na comunidade, este trabalho visa mostrar como determinadas ações advindos de estratégia ensino-aprendizado podem ser potentes interventores de uma realidade. O tema do Envelhecimento e Vida, campo de investigação no ensino visou à desconstrução de estereótipos, permitindo uma percepção mais ampla do processo de envelhecimento e a criação de uma visão integral do papel social do idoso. O estudo desta realidade é essencial para a formação médica mais humanizada e integrada com a sociedade por meio de novas percepções, compreendendo os tipos de envelhecimento. Os meios para tal desconstrução e criação de conhecimento se deram a partir da leitura e resenha de artigos, textos, filmes e, principalmente, de visitas aos campos e instituições de cuidados ao idoso, gerando experiências intergeracionais e profundas reflexões manifestadas em relatórios. Nosso grupo foi inicialmente estruturado por dinâmicas e textos, equipando-nos, teoricamente, para situações como a postura perante idosos. O embasamento estatístico da atual situação do idoso no contexto global revelou aumento da expectativa de vida graças às tecnologias médicas. Nos campos visitados houve a consolidação do contexto visto na teoria, como as condições em que os idosos se encontram nas ILPI – Instituições de Longa Permanência de Idosos. Além disso, as múltiplas facetas do envelhecimento se demonstraram quando recebemos a visita da oficina de Psicomotricidade da universidade da terceira idade –, devido à vivacidade dos integrantes, quebrando estereótipos e nos introduzindo ao envelhecimento ativo. Outro exemplo foi a visita ao grupo de prevenção de quedas, que explora exercícios que melhoram o condicionamento físico e a autonomia dos idosos. Ademais, um aspecto a ser levantado é a existência do sexo e afetos na terceira idade, que, muitas vezes, é negligenciado, mesmo sendo fundamental à vida do idoso. Tiramos como conclusão que o envelhecer é um processo natural que acomete a todos. A partir das concepções adquiridas, percebemos que cada indivíduo possui um envelhecimento singular e dependente das variáveis biopsicossociais.


Palavras-chave


Envelhecimento; Intergeracionalidade; Estereótipos

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