Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE: DESAFIOS PARA A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM FORTALEZA A PARTIR DA FORMAÇÃO.
Ana Paula Cavalcante Ramalho Brilhante, Álvaro Jorge Madeiro Leite, Márcia Maria Tavares Machado, Ângela Alencar Araripe Pinheiro, Maria Rocineide Ferreira da Silva-, Kilma Wanderley Lopes Gomes

Resumo


Caracterização do problema: A violência é um problema social de grande dimensão que afeta toda a sociedade, atingindo, especialmente e de forma continuada, crianças, adolescentes, mulheres e pessoas idosas. As violências e os acidentes, juntos, representam a segunda causa de óbitos na mortalidade geral no Brasil, sendo a principal causa de obituário nas idades entre cinco e 19 anos (SOUZA & MELO, 2006). A verdadeira dimensão do problema, ainda tem pouca visibilidade em virtude da deficiência da notificação. Descrição da experiência: Relatar experiência de formação realizada para os profissionais de saúde, em especial da Estratégia Saúde da Família no enfretamento à violência contra criança e adolescente. Realizou-se um desenho organizativo com diversos modos de construção de conhecimento, possibilidades de diálogo e exercício prático que foram sendo vivenciados. O processo de formação foi desenvolvido no período de 2008 a 2012, para implantação da ficha de notificação da violência contra criança e adolescente, implantação/ implementação das comissões de maus tratos nas unidades de saúde. A proposta teórica- metodológica do curso fundamentou-se nos pilares da Educação Permanente, baseada na aprendizagem significativa, reflexiva. As oficinas foram desenvolvidas na modalidade presencial e no território com atividades teórico e prática, utilizando estudo de casos, exposições dialogadas, filmes, vídeo debate, conferências e outros. Resultados: Foram realizadas cerca de 50 oficinas com profissionais de saúde de todas as Redes de Atenção, e demais atores que compõem a Rede de Apoio e Proteção à Criança e Adolescente. Inicialmente foram realizadas duas oficinas para formação de facilitadores em parceria com o Ministério da Saúde. Foram capacitados cerca 2.136 Agentes Comunitários de Saúde (85%); profissionais de todas as Unidades de Saúde e do Núcleo de Apoio a Saúde da Família, elaboração de protocolo de acolhimento ao adolescente com avaliação de risco e vulnerabilidade; capacitação das equipes de referência. Realizou-se encontros regionalizados; implantação das Comissões de Maus Tratos nos Centros de Saúde da Família; encontros com os Núcleos de Vigilância Hospitalar para implementação da Ficha de Notificação no ano de 2011. Recomendações: O processo desenvolvido foi desafiador, porém é necessário desenvolver ações intersetoriais e interdisciplinar; capacitação das equipes de forma permanente; fortalecer a rede de apoio e proteção no atendimento a crianças e adolescentes em situação de violência, inserir nos currículos e nos processos de educação permanente o fenômeno e inclusão no Sistema de Informação da Atenção Básica.

Palavras-chave


Violência contra criança e adolescente; educação permanente; Atenção Primária; formação.

Referências


PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Sistema Municipal de Saúde Escola. Relatório de Gestão, 2012.

 

SOUZA, E. R.; MELLO JORGE, M. H. P. Impacto da violência na infância e adolescência brasileiras: Magnitude da Morbimortalidade. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Violência faz mal à saúde. Brasília, DF, 2006. p. 23-28.