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A relação do apoio com a instituição é uma construção a ser realizada, não está dada e tampouco garantida, principalmente quando a instituição não solicitou o apoio e sim recebeu por uma ação estratégica governamental. A instituição em questão tem experimentado nos últimos 2 anos (tempo da ação estratégica SOS Emergência na unidade) outras formas de tomadas de decisões e um olhar para a construção de processos de co-gestão, como a compartilhada com o Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH), dispositivo proposto pelo SOS. Esse movimento provocou os trabalhadores-membros do NAQH, a experimentar processo de subjetivação na relação no coletivo, explicitação de tomadas de posições, embates com defesa de ideias e análises de cenários. Isso tem proporcionado ao grupo vivências nas descobertas de si como sujeito, de novas possibilidades, abertura de mundo e autonomização. Como disparador de espaços de co-gestão no grupo da assistência com a equipe de uma enfermaria, foi instaurado a discussão multiprofissional (round) diariamente dos casos dos pacientes/usuários com vistas à elaboração coletiva do projeto terapêutico do paciente e redefinição de conduta se necessário. A discussão multiprofissional é uma prática, aparentemente, esperada em todas as instituições de saúde, mas que foi tomada como dispositivo de produção de coletivos. Os resultados já mostram para além das questões relacionadas aos pacientes, como aumento do vínculo, conhecimento nominal de cada paciente, busca de garantia na continuidade da assistência, resolução mais rápida dos casos, redução do tempo de permanência, mudança no comportamento dos profissionais com participação efetiva nas discussões, busca de soluções e o relato de sentimento de participação no coletivo como valorização, de importância e a ampliação da potência, não tem sido raro de ser identificado no cotidiano da enfermaria. Este trabalho busca relatar a experiência da apoiadora que tomou como decisão inicial partindo da ação estratégica em que está inserida, provocar estranhamentos nos trabalhadores à partir das atividades desenvolvidas, refletir coletivamente sobre tomadas de decisões e posicionamentos dos mesmos como sujeitos nas relações estabelecidas no espaço do trabalho e apostando no desenvolvimento do olhar crítico inclusive na vida.

Gestão; Apoio; Subjetivação