Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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NARRATIVA: POTÊNCIA DE VIDA REVELADA NOS ENCONTROS
Magda de Souza Chagas

Resumo


Os encontros que tem ocorrido entre pacientes e profissionais em grande parte das instituições de saúde no Brasil tem explicitado a necessidade de voltarmos atenção à escuta aos pacientes, retomarmos e incluirmos o conhecimento de suas relações sociais, suas histórias de sofrimento, o que de maneira ampla podemos abranger no conhecer suas histórias de vida. Situações de vida são muito mais amplas que o estado momentâneo, e esperamos passageiras, que pessoas vivenciam no caso de alguma enfermidade. O presente trabalho surgiu da incursão a um serviço hospitalar no estado do Rio de Janeiro no ano de 2012. As narrativas coletadas junto aos pacientes (foco deste trabalho) e profissionais, registradas e analisadas foram selecionadas a partir do diário de campo elaborado pela pesquisadora que adotou desenho etnográfico como referencial para desenvolvimento da pesquisa. As conversas com os pacientes, sem foco na busca de diagnóstico e sim no conhecer a pessoa, nos gostos, no que cada um faz quando não está no hospital, quais os desejos que carregam consigo, revelaram a vida que cada um (incluindo seus familiares) busca e desenha para si, as tentativas que cada um elabora para se manter na vida que está em curso mesmo diante de diagnósticos aparentemente restritivos ou visto pelos profissionais como limitadores. As narrativas revelam a potência de vida que podemos encontrar nestas e em outras tantas pessoas. As pessoas que participaram desta pesquisa optam por viver a vida no enfrentamento, no curso, no que poderíamos traduzir como uma experimentação da vida no que ela carrega de mais trágico, nem sempre com consciência sobre o que fazem. Destacamos um trecho de uma das narrativas: “A irmã falou que inscreveu Rafael no Jovem Aprendiz dos. Perguntei para ele se gostou e ele disse que sim dizendo não. Fiz cabaninha de brincadeira e perguntei novamente e ele falou “mais ou menos”. A irmã falou que Rafael já esteve no Jovem Aprendiz da Autoviação 1001 como mecânico e que enquanto esteve lá, durante 1ano, não teve crise álgica, não internou. Saiu da 1001 em junho porque não pode continuar devido peso e esforço nas atividades. Saiu em junho e em julho internou. A irmã falou que ele sabia que não podia faltar porque perderia R$ 300,00 (Trezentos reais) e ticket refeição, pois seria descontado. Fiquei pensando se este era o Plano Terapêutico da Família para Rafael.”.

Palavras-chave


Narrativa; encontro; micropolítica

Texto completo: Resumo Expandido