Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REVELANDO A CIDADE: DISCIPLINA DE CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL UNE SOCIOLOGIA, PSICOLOGIA SOCIAL E SAÚDE COLETIVA NO PRIMEIRO ANO DE CURSOS DE FORMAÇÃO EM SAÚDE
Paula Vilhena Carnevale Vianna, João Benicio Almeida, Mariângela Faggionato dos Santos

Resumo


As políticas nacionais de saúde e educação têm promovido, desde 1988, o conceito ampliado de saúde e a formação integral, humanitária dos profissionais da área. No entanto, a integração das ciências humanas aos demais conteúdos curriculares permanece um desafio. Este artigo relata a experiência de uma universidade privada do interior paulista de integração dos conteúdos das disciplinas de sociologia, psicologia social e saúde coletiva para o primeiro ano de cursos de graduação em saúde. Relato: Respondendo solicitação da Direção da Faculdade de Ciências da Saúde, professores de disciplinas correlacionadas integraram seus conteúdos. Em quatro encontros, levantaram e discutiram a bibliografia; estabeleceram objetivos geral e específicos de aprendizado envolvendo a sociologia, a psicologia social e a saúde coletiva; elaboraram a ementa e desenharam o cronograma de atividades, prevendo dois módulos bimestrais: um conceitual e um aplicado. Ao final da disciplina de Cidadania e Responsabilidade Social espera-se do aluno: reconhecer-se como sujeito portador de direitos com potencial transformador de si mesmo e da realidade social; ser capaz de criticamente contextualizar e analisar a sociedade e sua inserção nela como sujeito; conscientizar-se da importância de sua responsabilidade como agente transformador da sociedade e reconhecer e utilizar os instrumentos e os espaços necessários para a garantia e efetivação dos direitos sociais. A carga horária da disciplina é 54 horas. No primeiro bimestre, os alunos leem e debatem sobre a sociedade contemporânea, usando como referência autores da sociologia e da psicologia sociohistórica e o documentário ‘Lutas.doc’, produzido pela Buriti filmes e Gullane com incentivo do Ministério da Cultura. No segundo bimestre, vão a campo, orientados por instrumentos de observação sistemática da vizinhança e encontros com representantes da comunidade e dos serviço públicos a fim de compreenderem o papel dos indivíduos e grupos na transformação social. Quatro turmas passaram pela disciplina. Foram pontos comuns: a revelação de uma cidade desconhecida sob a representação social hegemônica da inovação tecnológica; a constatação da importância dos equipamentos sociais e a quebra de rótulos relativos à pobreza e à falta de instrução. Considerações: No que concerne a saúde, percebe-se nos alunos, desde os primeiros anos, a tendência a uma visão reduzida da saúde privilegiando o plano biomédico e a legitimação de atitudes normalizadoras. A disciplina causa incômodo e estranhamento. Enquanto alguns ampliam sua visão e desenvolvem atitude reflexiva, outros mantêm o distanciamento social, ansiosos pelos ensinamentos e ações biomédicos. A disciplina abre possibilidades de formação de profissionais mais humanitários, mas, como tem sido reforçada, a sedimentação desses caminhos depende da integração a disciplinas posteriores, especialmente no campo da prática.

Palavras-chave


educação em saúde; humanidades em saúde

Referências


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Lutas.doc. Produção de Buriti Filmes e Gullani. Disponivel em http://www.buritifilmes.com.br/documentario.php?id=21 Consulta em 12/12/2013