Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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GESTÃO DO CUIDADO DE ENFERMEIRAS: ESTUDO DE CASO EM HOSPITAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
Mariana Costa da Silva, Silvone Santa Bárbara Silva Santos

Resumo


O trabalho analisa como ocorre a gestão do cuidado de enfermeiras em um hospital público de administração indireta no interior da Bahia, durante o ano de 2012, identifica os determinantes contextuais na gestão do cuidado e descreve os limites e possibilidades da gestão do cuidado nessa instituição. Metodologia: Pesquisa qualitativa realizada através de um estudo de caso. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semiestruturada e através da observação sistemática. Análise dos dados foi realizada de acordo com a análise temática de (BARDIN, 2006). O estudo obedeceu a Resolução 196/96 do CNS, foi submetido à análise ética do CEPH da Universidade Estadual de Feira de Santana, sendo aprovado sob parecer de número: 123.553. Resultados e Discussão: As entrevistadas apontavam em ordem diretamente proporcional o tempo de trabalho e a facilidade de realizar o mesmo, cumpriam carga horária de 30 horas de trabalho em escala de plantões de seis horas diárias; os vínculos empregatícios eram todos terceirizados através de cooperativas de saúde, demonstrando a flexibilização dos vínculos empregatícios no setor saúde. As enfermeiras não identificam a gestão do cuidado como central ao seu processo de trabalho. Revelam a impressão do modelo biomédico, influenciadas por preceitos Flexenerianos na gestão do cuidado exercida por essas trabalhadoras, o que remete às suas concepções de saúde que encaram o adoecimento como a ausência de doença. Visualizam a equipe multiprofissional de forma dicotômica, sendo facilitadora ou não no seu processo de trabalho. Não observam influência do contexto organizacional no seu trabalho, não percebem o modelo de gestão como um empecilho ao seu trabalho, mas relatam uma instituição burocratizada, e hierarquizada o que distancia o trabalhador das tomadas de decisões. Evidenciam as formas precárias de contratação e de vínculo empregatício como determinantes na qualidade do cuidado prestado, mas não relacionam estes eventos ao modelo de gestão e sim aos jogos políticos estabelecidos por políticos em busca de troca de favores por seus empregos. Demonstram fragilidade no agir politicamente que deveria ser uma faceta do processo de trabalho da enfermeira, e apontam os concursos públicos como possibilidades para avanços. Considerações finais: Considera-se que o agir politicamente das enfermeiras deve ser fortalecido desde a graduação, buscando um fortalecimento da categoria e empoderamento do que é central ao seu trabalho, a gestão.

Palavras-chave


Gestão do cuidado; enfermeira; precarização do trabalho

Referências


BARDIN, L.. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.