Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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DESAFIOS E POSSIBILIDADES DO ATENDIMENTO HUMANIZADO NA ATENÇÃO BÁSICA
Amanda Maria de Sousa Santos

Resumo


Introdução: A Atenção Primária é o primeiro contato com o sistema de saúde para a maioria dos usuários, é o local responsável pela organização do cuidado à saúde dos indivíduos, suas famílias e da população ao longo do tempo. Ela considera o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. Muito se tem discutido a respeito da humanização na saúde, no entanto, os estudos têm dado pouca ênfase à relevância dessa temática nos atendimentos de atenção básica, onde o sujeito não é, muitas vezes, um cliente adoecido, mas que da mesma forma necessita e busca um atendimento de qualidade e humanizado. De acordo com (COELHO; JORGE; ARAÚJO 2009) quando o usuário é acolhido pela unidade de saúde, tendo seu atendimento garantido, conquista-se uma importante etapa na adesão do tratamento e resolução dos problemas de saúde. Dessa forma, favorece a construção de uma relação de confiança e respeito para com o usuário que busca o atendimento. (COELHO; JORGE; ARAÚJO, 2009, p.442). Objetivo e Metodologia: Frente a isso, a presente pesquisa de natureza qualitativa realiza uma reflexão crítica abordando alguns aspectos da Política Nacional de Humanização (PNH) do SUS, com o objetivo de identificar quais as mudanças encontradas após a implantação da PNH na Atenção Básica, bem como discutir quais os desafios e possibilidades dessa política nas unidades básicas de saúde. Foi pensando na importância de valorizar os diferentes sujeitos implicados nos processos de produção de saúde, usuários, trabalhadores e gestores, que o Ministério da Saúde iniciou em 2003, o processo de construção da Política Nacional de Humanização da atenção e gestão no SUS, Humaniza SUS (BRASIL, 2004). Contudo, as filas enormes e cotidianas nas portas dos serviços de saúde mostram a distância da proposta humanizadora do SUS e a realidade de saúde no país. Na discussão com autores estudiosos da área, constatamos que existem muitas falhas na organização do atendimento, a serem apontadas. Por exemplo, as longas esperas e adiamentos de consultas e exames, a deficiência de instalações e equipamentos, a despersonalização, a falta de privacidade, a aglomeração, a falta de preparo psicológico e de informação, bem como a falta de ética por parte de alguns profissionais. Podemos concluir que, a humanização do atendimento implica em transformações políticas, administrativas e subjetivas, necessitando da transformação do próprio modo de ver o usuário - de objeto passivo a sujeito; do necessitado de caridade àquele que exerce o direito de ser usuário de um serviço que garanta qualidade e segurança no atendimento.

Palavras-chave


Saúde; Humanização; Usuário do SUS.

Referências


FORTES, Paulo Antonio de Carvalho. Ética, direitos dos usuários e polí­ticas de humanização da atenção à  saúde. Saúde e Sociedade. set-dez 2004. vl. 13, n. 3 p.30-35.

 

COELHO, M. O; JORGE, M. S. B.; ARAÚJO, M. E. O acesso por meio do acolhimento na atenção básica à saúde. Revista baiana, v.33, n.3 p.440-452, jul./ set 2009.