Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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FORMAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE QUANTO AO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA MICRORREGIÃO DE VIÇOSA-MG
Júlia Borges Figueiredo, Thayla Fernandes Nicácio, Nayara Rodrigues Carvalho, Iohana Gusmão Pontes, Emanuelly dos Santos Ferreira, Mariana Araújo Pena Bastos, Marisa Barletto, Paula Dias Bevilacqua

Resumo


A violência contra a mulher é definida como qualquer ato de violência baseada no gênero que resulta, em dano físico, sexual ou psicológico para as mulheres, seja na esfera pública ou privada. Na década de 1980, foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um problema de saúde pública, devido à sua dimensão e pela gravidade das sequelas orgânicas e emocionais que produz. Passa a ser vista então como um fenômeno multifacetado, que não pode ser resolvido só com delegacias e casas abrigo, mas que necessita principalmente, de atendimento na rede pública de saúde. Considerando o contexto deu-se início ao projeto “A violência contra a mulher em Viçosa – MG: compreensão do fenômeno por profissionais de saúde, e análise da notificação dos casos”, vinculado ao Programa de Educação pelo Trabalho - PET Saúde/Vigilância em Saúde da Universidade Federal de Viçosa. Este conta com a inserção de estudantes de enfermagem no cenário da atenção à saúde. Entre as ações desenvolvidas pelo projeto está a formação dos/as profissionais de saúde de Viçosa e microrregião, quanto à violência e ao preenchimento da ficha de notificação de violência doméstica, sexual e/ou outras violências. Um dos principais alvos desse trabalho são as ACS, devido ao vínculo estabelecido por estas com a população. O resultado é o aumento de notificações, que passou de três, existentes antes do início do trabalho em 2009, para 2075 casos em abril de 2013, sendo que a contribuição das ACS foi significativa para esse aumento. Durante o processo de formação permanente, percebemos o envolvimento das ACS com o projeto, assim foram adquiridas informações sob as perspectivas destas quanto à relevância do trabalho, sua importância e, além disso, propostas foram sugeridas para o melhor enfrentamento desse problema. Todos concordaram com a importância da temática e a necessidade do preparo para esse enfrentamento. Entre os pontos sugeridos pelas ACS estão à necessidade de um maior fluxo de informação, grupos educativos com a população em abrangência de cada unidade de saúde do município, educação permanente quanto ao preenchimento de ficha de notificação compulsória e orientação das profissionais quanto aos tipos de violência, questões que ainda geram muitas dúvidas, mesmo tendo sido abordadas sistematicamente. Esse trabalho tem contribuído significativamente para o fortalecimento da rede não especializada de enfrentamento da violência contra a mulher na microrregião de Viçosa-MG.