Resumo
Introdução: A saúde reprodutiva está presente no discurso e agenda públicos sobre as necessidades das pessoas, portanto, é alvo da constituição de políticas públicas. Um misto de razões político-nacionais, científicas, sanitárias, morais e religiosas atuam no sentido de regulá-la socialmente. Alvo de polêmicas importantes, passando pelo mercado, pelo mundo das biociências, pelas religiões, por projetos de cunho democrático e emancipador, de um lado, e, em outro sentido, projetos conservadores, tal processo é multifacetado, não possui uma instituição que o centralize. Debates médicos, movimentos pela maternidade voluntária, chegando às novas discussões em torno dos direitos sexuais e reprodutivos atuam dinamicamente, constituindo sentidos, valores e ações. No ano de 2011 foi instituída uma iniciativa governamental chamada Rede Cegonha. Desde antes de seu lançamento tal ação gerou diversas controvérsias.
Objetivos: Caracterizar algumas controvérsias relacionadas a saúde reprodutiva no contexto de constituição da Rede Cegonha.
Metodologia: As redes sociais e blogs foram acionados por diversos grupos nas controvérsias em torno da constituição da Rede Cegonha. Também o governo utilizou a internet para manifestar e justificar suas ações. Foi observado o debate transcorrido em dois blogs como fonte para este trabalho.
Resultado: Embora as divergências estejam assinaladas, também destacam-se convergências implícitas. A referida política tem como objetivo central a diminuição da mortalidade materna, as divergências estão situadas, portanto, no próprio entendimento sobre o tipo de intervenção necessária para incidir na diminuição destas taxas. Percebe-se dois tipos de questionamentos centrais: de um lado, a ausência da inclusão do aborto, de outro, destaca-se a evocação da autoridade do conhecimento biomédico na formulação de verdades na intervenção sobre o corpo e, neste caso, a reprodução feminina.
Palavras-chave
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