Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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LIMITES E POSSIBILIDADES DA GESTÃO DO TRABALHO EM SAÚDE
Ana Claudia Pinheiro Garcia, Rita de Cássia Duarte Lima, Camila Nogueira Felsky, Anny Cristinny Miranda dos Santos Cecatto, Aline Corbellari Zamprogno, Caroline Agripino

Resumo


Introdução: Considerados a medula dos sistemas de saúde, os trabalhadores de saúde são atores imprescindíveis e essenciais na qualificação da Atenção Básica no Brasil, fortalecida pela Estratégia Saúde da Família (ESF), um dos principais pilares de mudança das políticas de saúde no país, por redirecionar o foco de atuação à família e ao ambiente no qual se insere, buscando superar o olhar fragmentado sobre o indivíduo exercido até então. O desconhecimento das características dessa força de trabalho no Espírito Santo (ES), quanto à sua distribuição e qualificação, pela ausência da coleta e sistematização de informações, aponta a necessidade de um estudo que traduza o perfil desses profissionais, contribuindo para o estabelecimento de planos de ação para área de recursos humanos no estado. Objetivos: aprofundar o conhecimento sobre os profissionais, a organização e os processos de trabalho produzidos cotidianamente na ESF no estado do ES. Metodologia: Trata-se de estudo do tipo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa e qualitativa. A população do estudo é composta por amostra do conjunto de trabalhadores ativos das equipes mínimas da ESF atuantes nos municípios capixabas com população superior a 50 mil habitantes. Fizeram parte do estudo: agentes comunitários de saúde, auxiliares/técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, tendo sido considerado como fator de inclusão a atuação na equipe há no mínimo seis meses. Resultados: Prevalecem contratos de trabalho temporário, insatisfação com o regime de trabalho e alta rotatividade de profissionais. Em relação ao processo e à organização do processo de trabalho, foram observadas dificuldades, bem como a incorporação de práticas e lógicas assistenciais capazes de potencializar a ESF no estado. Assim, apesar dos importantes avanços na política nacional de gestão do trabalho na saúde, no ES, foram evidenciadas fragilidades como a precarização do trabalho e os afetamentos sofridos no setor, vulnerabilizando o vínculo entre profissionais e usuários e fragilizando o cuidado em saúde. Considerações: O estudo aponta a necessidade de qualificação da gestão, da qual devem participar trabalhadores e usuários, sujeitos essenciais no planejamento das ações. Evidencia, ainda, a necessidade de fortalecimento das estruturas de saúde nos municípios, devendo ser pensadas a partir das singularidades e necessidades do sistema e da rede de serviços de saúde públicos que atendam, de fato, o cidadão brasileiro.

Palavras-chave


Saúde da Família; gestão do trabalho; recursos humanos em saúde