Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O PROFESSOR JÁ DESISTIU DE TRABALHAR? DISCUTINDO ASPECTOS DA SÍNDROME DE BURNOUT EM DIAMANTINA
Liliane Consolação Campos Ribeiro, Lília Aparecida Campos Ribeiro Barbosa, Tatiana Cordeiro Oliveira, Thamara de Souza Campos

Resumo


A Síndrome de Burnout (SB) é um transtorno adaptativo crônico que acomete trabalhadores e caracteriza-se por três dimensões: exaustão emocional (EE), despersonalização (DE) e baixa realização pessoal (bRP). O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência da síndrome de Burnout nos professores dos últimos anos do ensino fundamental (sexto ao nono ano) das escolas estatuais do município de Diamantina e sua relação com as variáveis sociodemográficas-laborais. Foi realizado por meio de um estudo descritivo, analítico transversal com a aplicação do Maslach Burnout Invenctory (MBI), e um questionário sociodemográfico laboral elaborados pelos pesquisadores, ambos os questionários autoaplicáveis. Foram realizadas análises descritivas, uni variada e de regressão logística, adotando-se nível de significância de p<0,05. Os resultados evidenciaram que 93% dos professores estão acometidos pela síndrome em Diamantina. Ao analisarmos cada dimensão separadamente podemos constatar que, 64,8%(57) dos professores apresentaram alto/moderado nível de exaustão emocional, 80,7(71) alto/moderado baixa realização pessoal, 39,8(35) alta/moderada despersonalização. Houve associação entre exaustão emocional número de filhos, estado civil, se já se afastou do trabalho por motivo de doença, se acredita que a profissão o está estressando, se sente a profissão menos interessante. Quanto à dimensão despersonalização, houve associação entre a carga horária de ensino e o tempo de preparo de aula. Já em relação a terceira dimensão, baixa realização pessoal, houve associação com a variável preparo de aula. Por meio da análise multivariada, pode-se afirmar que aqueles que não participam de culto possuem 4,03 vezes maior chance de se despersonalizar em relação aos que não participam; enquanto que aqueles que se dedicam ao preparo das aulas, mais de 10h têm 93% de chance de não se inserirem nessa dimensão em relação àqueles que se dedicam menos de dez horas. Para a baixa realização pessoal, constatou-se que quem se dedica mais que dez horas ao preparo de aulas possui 76% menos chance de não se realizarem pessoalmente em relação àqueles que se dedicam menos de dez horas; Para a exaustão emocional, constatou-se que aqueles que têm dois ou mais filhos possuem 72% menos chance de não se exaurirem, os que já se afastaram do serviço possuem 3,57 vezes maiores as chances de sofrerem exaustão que os que não se afastaram e, por último, o sentimento que a profissão está menos interessante, possuem 3,04 vezes maiores as chances de se exaurirem emocionalmente. Os resultados indicam a importância do entendimento e o reconhecimento dessa doença ocupacional na cidade de Diamantina bem como os seus fatores associados, para a inclusão dos professores nas medidas de políticas públicas, atividades de ensino em saúde voltadas ao bem-estar da categoria.

Palavras-chave


Síndrome de Burnout; Professores; Saúde ocupacional; Saúde Pública

Referências