Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PERFIL DO IDOSO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL: ACESSO, CONDIÇÃO DE SAÚDE, TENDÊNCIA OU PERMANÊNCIA?
Suzana Schwerz Funghetto, Ana Cláudia Lopes Chamon, Jean Marcel Chamon, Marina Morato Stival, Luiz Cláudio Teixeira, Margo Gomes de Oliveira Karnikowski

Resumo


O envelhecimento populacional e o aumento da longevidade, evidenciados por dados demográficos e epidemiológicos, constituem proeminente fenômeno mundial (VERAS, 2009). No Brasil, o censo demográfico de 2012 aponta que a população idosa ultrapassa 23,5 milhões de pessoas, o que demonstra acelerado processo de envelhecimento da sociedade brasileira (IBGE, 2012). Indiscutivelmente, o país vive uma transição demográfica com perspectiva de ser um dos seis mais populosos do mundo em termos de pessoas idosas, já nos próximos vinte anos, atrás apenas da China, da Índia, dos Estados Unidos, do Japão e da Indonésia, com estimativa de alcançar 32 milhões de idosos em 2020. Essa realidade remete à mudança de paradigma, inserida em um contexto social e econômico de suma importância, e a construção de uma sociedade com envelhecimento saudável requer estratégias sociais, de trabalho e saúde, trazendo contribuições para o idoso e toda a sociedade. A participação das pessoas com mais de 60 anos na educação superior movimenta a questão comportamental, desenvolvendo as competências natas e a satisfação de um grupo social. (FENALTI; SCHWARTZ, 2003, SCORTEGAGNA; OLIVEIRA, 2010) A pedagogia da educação emancipatória que inclua idosos é desafiadora na medida em que vai requerer do profissional da educação atitude de maturidade, de autoridade e de maior competência para o princípio da autonomia dos indivíduos. (ALENCAR, 2002) Para tentar entender esse fenômeno, esta pesquisa quantitativa, visa identificar o perfil do idoso na educação superior, tendo como viés o acesso, a tendência em procurar a primeira graduação e ainda a permanência destes sujeitos neste nível de ensino. (CRESWELL 2010) Para tal, foram computados os censos da educação superior referentes as matriculas de 2009, 2010 e 2011, onde foram enfocadas as seguintes questões, como: sexo, número de matriculas, por região, por estado, organização acadêmica. Após a identificação deste perfil foi encaminhado um questionário que indagou o porque de cursar uma graduação neta etapa a vida, o acesso e permanência na educação superior. Até o presente momento a analise dos dados dos anos de 2009 e 2010 apontou que entre os idosos 29.679 matriculados na educação superior neste período a maioria é do sexo feminino, a maior concentração de matrículas encontra-se nas universidades (54,3%), seguida das faculdades (31,2%) e dos centros universitários (14,5%). A região com maior número de matrículas é a Sudeste, seguida pela Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte, com predominância de acesso e permanência em cursos de instituições privadas. Os dados do censo da educação superior de 2011 estão sendo analisados, uma vez que foram publicados em dezembro de 2012. Em relação ao acesso e permanência na educação superior a análise de dados do questionário tem demonstrado que discussão da (re)inserção do idoso no processo educacional formal enquanto eixo norteador para novos aprendizados, inclusive o de viver e envelhecer saudável e positivamente, constitui um desafio não somente para os idosos como também para professores e organizações de ensino, uma vez que estes sujeitos demonstram ampla bagagem de conhecimentos e experiências vivenciadas no âmbito profissional, pessoal ou social.

Palavras-chave


idoso, saúde, educação superior, acesso

Referências


ALENCAR, R.S., Ensinar a viver, ensinar a envelhecer: desafios para a educação de idosos. Estud. interdiscip. envelhec., Porto Alegre, v. 4, 2002. p. 61-83.

 

CRESWELL, JOHN W. PROJETO DE PESQUISA: MÉTODOS QUALITATIVO, QUANTITATIVO E MISTO; TRADUÇÃO MAGDA LOPES. – 3 ED. – PORTO ALEGRE: ARTMED, 29

 

INEP. Censo da educação superior. Brasília, 2012.

IBGE. Censo, 2012

FENALTI, R.C.S., SCHWARTZ, G.M. universidade aberta à terceira idade e a perspectiva de ressignificação do lazer. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 17(2): 131-41, jul./dez. 2003

SCORTEGAGNA, P. A., OLIVEIRA, R.C.S. Educação: integração, inserção e reconhecimento social para o idoso Education: integration, insertion and social recognition for elderly. Revista Kairós Gerontologia, 13 (1), São Paulo, junho 2010: 53-72.

 

VERAS, R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev de saúde pública. 2009; 43(3):548-54.