Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA NO CONTEXTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: A PERCEPÇÃO DOS TRABALHADORES DE SAÚDE.
Juliana Pessoa Costa, Maria Salete Bessa Jorge, Rebeka Rafaella Saraiva Carvalho

Resumo


A referência representa a necessidade do usuário de um maior grau de complexidade, para onde é encaminhado a um atendimento de especialização mais complexo, os hospitais e as clínicas especializadas. Já a contrarreferência diz respeito ao menor grau de complexidade, quando a necessidade do usuário, em relação aos serviços de saúde é mais simples, ou seja, conduzido para um atendimento em nível mais primário, devendo ser este a unidade de saúde mais próxima de seu domicilio. Este trabalho tem objetivo de relatar a percepção dos trabalhadores de saúde sobre o sistema de referência e contrarreferência, no contexto do Sistema Único de Saúde. Trata-se de um estudo qualitativo, crítico e reflexivo, que utilizou a entrevista semiestruturada para captar o discurso dos trabalhadores que atuam nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) em Fortaleza, Ceará. Os participantes da pesquisa foram 20 profissionais de saúde que compunham a equipe de ESF e NASF. Para referida análise utilizou-se os discursos de enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.  Este estudo integra uma pesquisa mais ampla denominada “Produção do cuidado na Estratégia Saúde da Família e sua interface com a Saúde Mental: os desafios da resolubilidade”, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.  Os resultados apontam que o funcionamento do sistema de referência e contrarreferência, ainda passa por dificuldades e só funciona quando há empenho pessoal dos profissionais isoladamente. O déficit quantitativo de profissionais para atuar neste serviço também foi apontado como fator que retarda a efetivação do sistema de referência e contrarreferência. Considera-se que nas Unidades Básicas exige-se a referência, por isso, entende-se que nesse âmbito funcionam razoavelmente. Já a contrarreferência é incipientes em relação aos encaminhamentos para as especialidades e internações, permitindo afirmar que praticamente inexistem.