Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SALAMINAS DO PUTUMUJÚ, EM MARAGOJIPE-BAHIA
Sarah Mabell Ramos da Silva Rios, David Ramos da Silva Rios, Maria Constantina Caputo

Resumo


A universidade ao longo da sua formação tem assumido a missão de inovar e produzir novos conhecimentos, norteada pelas transformações históricas e pelas realidades sociais. Tais transformações são demandadas tanto pela sociedade, que requer sujeitos com um novo perfil profissional, como também são capazes de nortearem mudanças no próprio âmbito social. Assim, diversos setores, inclusive o setor Saúde, são estimulados a repensarem a sua configuração, buscando desenvolver um novo arquétipo de formação superior, no qual há o desenvolvimento de sujeitos críticos e atuantes, sintonizados com as diversas questões contemporâneas. Nesse sentido, é fundamental que os sujeitos, ao longo de sua formação acadêmica, estejam em contato direto com as mais diversas comunidades e com inúmeros sujeitos. Assim, as atividades de extensão universitária mostram-se de grande relevância, visto que conseguem articular conhecimentos científicos a realidade sócio-cultural de distintas localidades, bem como possibilita a interação entre a teoria e a práxis, podendo, portanto, criar espaços de reflexões críticas e enaltecendo a formação de verdadeiros cidadãos. Desse modo, o presente trabalho objetiva relatar e analisar as ações desenvolvidas pelo programa de extensão “Promoção da Saúde em uma área remanescente de Quilombo: produção artística, educação popular e planejamento intersetorial em Saúde em Maragogipe-Bahia-Brasil”, que articulou produção artística (peça teatral), educação popular e o desenvolvimento de um planejamento intersetorial em Saúde, com o objetivo de estimular a mobilização da comunidade quilombola de Salaminas do Putumujú em torno da garantia da consolidação dos seus direitos sociais, principalmente no que se refere a consolidação do seu direito à saúde. Tais ações encontram respaldo na noção de que a saúde é de fato um direito de todos, como enfatiza a Constituição Federal do Brasil, e que a participação, mobilização e controle social mostram-se fundamentais para a garantia de tal direito. Logo, ao buscar o desenvolvimento do empowerment na comunidade quilombola de Salaminas, mediante um conjunto de ações e atividades, que conseguiram aliar ações interdisciplinares e intersetoriais, através da relação entre universidade e sociedade, tal programa pode estimular os sujeitos a alterarem a realidade existente, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.

Palavras-chave


Promoção da Saúde; Direito à Saúde; Organização Social; Relações Comunidade-Instituição

Referências


BRASIL. A saúde da população negra e o SUS: ações afirmativas para avançar na equidade / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Subsecretaria de Planejamento e Orçamento. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde (Série B. Textos Básicos em Saúde), 60 p, 2005.

 

BECKER, D. Organizações da sociedade civil e políticas públicas em saúde, pp.117-134. In J Garcia, L Landim & H Dahmer. Sociedade e políticas: novos debates entre ONGs e universidades. Editora Revan, Rio de Janeiro. 2003.


CYRINO, Eliana Goldfarb; TORALLES-PEREIRA, Maria Lúcia.Trabalhando com estratégias de ensino-aprendizado pordescoberta na área da saúde: a problematização e aprendizagem baseada em problemas. Cadernos de SaúdePública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p 780-788, 2004.

 

 

GUIMARÃES, A. S. A. Classes, Raças e Democracia. São Paulo: Editora 34, 2002.

 

LEFEVRE, F. e LEFREVE, A.M.C. Promoção da saúde. A negação da negação. Rio de Janeiro: Vieira & Lent Casa Editorial Ltda. 2004.

 

TRIP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica.Trad. OLIVEIRA, Lólio Lourenço. Educação e Pesquisa. SãoPaulo, v. 31, n.3, p. 443-466, 2005.

 

VASCONCELOS, EYMARD MOURÃO. Educação popular: de uma prática alternativa a uma estratégia de gestão participativadas políticas de saúde. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Riode Janeiro, v. 14, n. 1, p. 67-83, 2004