Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ROMPENDO AS GRADES DO CURRÍCULO: PERSPECTIVAS PARA A FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL
Ana Karla Sousa de Oliveira

Resumo


Caracterização do problema: O curso de bacharelado em enfermagem da Universidade Federal do Piauí, campus de Picos-PI, passa atualmente por um processo de reorganização curricular na tentativa de superar limitações da estrutura curricular original e de adequar o currículo às Diretrizes Curriculares Nacionais, favorecendo uma formação socialmente comprometida e voltada à concretização do Sistema Único de Saúde. Inserida nesse processo, a disciplina Enfermagem em Saúde Mental encontra-se disposta do terceiro período do curso, momento em que os discentes ainda não cursaram disciplinas da fundamentação básica da enfermagem, que os habilitam a compreender e intervir em diferentes dimensões do cuidado em saúde, expondo limitações que emergem de forma mais expressiva em situações de prática. Descrição da experiência: Frente a essas dificuldades, as atividades práticas têm como eixo principal as tecnologias leves, como forma de superar o estigma associado aos sujeitos em sofrimento psíquico e de favorecer o estabelecimento de vínculo e maios aproximação de suas reais necessidades de saúde. Para tanto, são realizados encontros para leitura e discussão de textos e exibição de filmes/documentários cujos temas buscam problematizar a imagem socialmente produzida e reproduzida em relação a esse grupo. Na sequência, os discentes são conduzidos aos campos de prática, onde as atividades direcionam-se à aproximação, escuta e vinculação com usuários e profissionais, além do planejamento e realização conjunta de atividades, considerando as especificidades do serviço e as necessidades em jogo. Efeitos alcançados: Os relatos dos discentes indicam a superação do medo em relação a esse grupo, com evidente mudança de posturas. Destacam-se depoimentos que informam a percepção de que esses sujeitos apresentam discursos, desejos, crenças, projetos de vida e atitudes enquadrados como “normais”, levando os discentes a questionar a pertinência da vinculação ao serviço em alguns casos e a refletir sobre opções de cuidados em outros espaços. Recomendações: A experiência informa que a uma formação em saúde mental concernente com as proposições da reforma psiquiátrica demanda a urgente e contínua reorientação curricular, sem que se perca de vista a dinâmica das relações em jogo, tendo na dimensão sociocultural elemento estratégico para conduzir a sociedade à reflexão sobre o tema da loucura, e consequente transformação das práticas de cuidado.

Palavras-chave


Educação em enfermagem. Saúde Mental. Currículo