Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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Juventudes e Torcidas Organizadas: as possibilidades da educação para a promoção de saúde
Erika Silva Rocha, Ana Ignez Belém Lima Nunes, Francisco Anderson Carvalho de Lima, Mariana Pompilío Gomes Cabral

Resumo


Segundo a UNESCO (2004), a juventude apresenta um caráter multifacetado, não podendo ser definida nem delimitada por emergir mediante uma construção histórica. Para Abramo (1997), a juventude foi considerada ,na década de 50, como rebelde, nos anos de 60 e 70 como questionadora da ordem social e nos anos 80 como apática. Pode-se então pensar em múltiplas juventudes, sendo, portanto difícil a delimitação da categoria. É importante salientar que devido a multiplicidade da juventude as possibilidades de estuda-la e problematiza-la deve-se respeitar a historicidade de tal categoria. As primeiras torcidas organizadas datam dos anos de 60 e 70, tendo um grande crescimento nos anos 90, com o uso das mídias para sua divulgação. Segundo Pimenta (2000), tendo como maioria os jovens, a torcida organizada se configura como único segmento da sociedade que se apresenta de forma concisa, com ideias de união e fidelidade entre os comuns. Para o autor, a violência das torcidas pode ser justificada a saber que a juventude está caracterizada por um esvaziamento de consciência social e coletiva, fomentada pela individualidade, o banal e o vazio, o excitamento e o prazer gerado pelos confrontos agressivos. Para Pimenta (2000), a violência das torcidas organizadas está vinculada a aspectos sociais, econômicos e socioculturais. Considerando o advento do sistema único de saúde e suas políticas públicas, que preconizam a produção de cuidado que se estende à promoção, prevenção e proteção integral de saúde do usuário, pode-se ampliar a problemática da juventude e torcidas organizadas para um viés crítico de produção de educação e consciência individual e coletiva de tais sujeitos. Diante disso, esse trabalho parte da prerrogativa que mediante uma educação em saúde, abre-se a possibilidade de proporcionar aos jovens participantes de torcidas organizadas um viés crítico do seu papel na sociedade. Diante disso, pode-se pensar em espaços sociais promotores de saúde que levem os jovens a refletirem sobre as suas ideias, a sua representação social e o significado e sentido de suas ações. Como conclusão, traz-se a importância do desenvolvimento de políticas públicas que vejam esses jovens como sujeitos portadores de particularidades e potencialidades, que podem ser desenvolvidas a partir de uma educação que busque problematizar, não reproduzir, o lugar que esses ocupam na sociedade.

 


Palavras-chave


torcidas organizadas; juventude; educação em saúde

Referências


ABRAMO, H. W. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. Rio de Janeiro: Guanabara, 1997.

PIMENTA, Carlos A.M. Violência entre torcidas organizadas e futebol.  São Paulo Perspec. vol.14 no.2 São Paulo Apr./June 2000 Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n.5-6, p.25-36, 1997.

UNESCO. Políticas públicas de/para/ as juventudes. Brasília: UNESCO, 2004.