Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS PELO ESTUDANTE DE ENFERMAGEM: ENTRE O SABER E O SABER-FAZER
Nayara Alacoque Coelho, Tamiris Rezende Garcia, Teresa Cristina da Silva Kurimoto

Resumo


O desenvolvimento de competências técnicas, científicas e relacionais são competências básicas que o curso de graduação em enfermagem necessita proporcionar a seus alunos. A competência não é apenas um estado ou um conhecimento processual e nem se reduz a um saber ou a um saber fazer. Entende-se que competência está relacionada com o processo de mobilizar ou ativar recursos – conhecimentos, capacidades, estratégias – em diversos tipos de situação e especialmente em situações problemáticas. Partindo dessa premissa, pretende-se analisar as dificuldades encontradas por uma acadêmica do terceiro ano de graduação em enfermagem em reunir capacidades e habilidades para prestar socorro a uma vítima de parada cardiorrespiratória - PCR. Trata-se de um estudo auto-etnográfico, que possibilita o envolvimento do autor assim como a narrativa de seus pensamentos e suas opiniões reflexivas diante do estudo em que está inserido. Tomou-se por arcabouço teórico as elaborações de Perrenoud e Benner. A acadêmica em questão não conseguiu realizar o socorro à vítima de PCR a despeito de possuir o conhecimento teórico necessário para atuar. O serviço de emergência não chegou a tempo e a vítima foi a óbito. A acadêmica relatou sentimentos de culpa e dificuldades em compreender o porquê de não ter sido capaz de se mobilizar. (BENNER, 2001) em seus estudos sobre o desenvolvimento de competências por enfermeiros destaca que o tempo de experiência em determinada tarefa ou função é um fator interveniente para o aprendizado e desenvolvimento de competências. Dessa forma, entende-se que a mobilização de recursos pelos estudantes para realizar uma ação depende além dos saberes teóricos adquiridos, de experiências práticas vivenciadas. O estudante deve ser visto, enquanto pessoa, numa fase de desenvolvimento pessoal, que por si só acarreta uma série de transformações, para as quais o mesmo, nem sempre, é munido de estratégias adaptadas para lhes fazer frente. Assim, há uma necessidade de reformular os currículos acadêmicos, em termos de desenvolvimento de competências verdadeiras, investindo mais na cooperação profissional, convidando para uma pedagogia diferenciada. Torna-se necessário também a criação de espaços que possibilitem a discussão e reflexão de questões próprias dos alunos, o que pode proporcionar à facilitação do processo de aprendizagem.

Palavras-chave


estudante; competência clínica;enfermagem.

Referências


1- Benner P. (2001) – De iniciado a perito. 2ª Edição. Coimbra: Quarteto.

2 – Perrenoud P. (2000). A Arte de construir competências. Revista Nova Escola. São Paulo, Abril Cultural, set.

3 – Perrenoud P (2001) – Porquê construir as competências a partir da escola? - Desenvolvimento da autonomia e luta contra as desigualdades. Porto: Asa Editores.

4 - Simões A. J.C. (2008). Motivações e expectativas profissionais dos estudantes de enfermagem – Estudo numa escola da área de Lisboa. Dissertação de Mestrado em Comunicação em Saúde, apresentada à Universidade Aberta, Lisboa.