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A RELAÇÃO PRECEPTOR-RESIDENTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS ASSISTENTES SOCIAIS DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Resumo
Entre as políticas de formação profissional para a saúde, apresenta-se a Residência Multiprofissional em Saúde, formulada como uma estratégia do Estado que visa uma formação específica, com vistas a construir uma gama de profissionais com perfil para criar uma nova cultura de intervenção e de entendimento da saúde no âmbito da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), através da formação em serviço. Uma das potencialidades desta formação em serviço é a relação preceptoria-residente. A preceptoria surge nos programas de residência como uma proposta de construir e de fomentar processos de aprendizagem a partir das situações reais que se estabelecem no próprio ambiente de trabalho dos residentes, alinhadas a educação permanente. Dentro desta realidade, o presente resumo tem por objetivo relatar as experiências vivenciadas na relação preceptor-residente no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade do município de Fortaleza. Neste trabalho será abordada, especificamente, a relação entre o preceptor de categoria e os residentes de serviço social. A referida preceptoria tem uma carga horária de 20 horas distribuídas nas atividades de preceptoria de categoria que ocorre no próprio campo de trabalho do residente e nas rodas de categoria, momento no qual as discentes e a preceptora discutem sobre seus processos de trabalho. Esta relação preceptor-residente assume relevância nos processos de educação permanente dos discentes, pois potencializa a formação de profissionais capazes de problematizar a realidade e de construir novos pactos de convivência e práticas, que aproximam os serviços de saúde dos princípios do SUS. Além disso, é estabelecida uma relação de horizontalidade entre estes dois atores que proporciona a construção de laços de confiança e de respeito entre preceptor e residente, no qual é desenvolvida uma relação de empatia e de alteridade que evita julgamentos e atitudes autoritárias. Contudo, apesar da relevância dos preceptores nos programas de residência multiprofissional e na formação de recursos humanos para o SUS, o que se presencia é a precarização do trabalho destes profissionais e a falta de formalização dos seus processos de trabalho. Diante disso, há que se pensarem formas que garantam o desenvolvimento e o fortalecimento da preceptoria nas residências multiprofissionais, visto há indispensabilidade que este assume na formação dos residentes.
Palavras-chave
Formação profissional, saúde, Serviço Social