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AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE HIV EM GESTANTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM PORTO ALEGRE
Resumo
O estado do RS tem a maior incidência de casos de AIGS, sendo que Porto Alegre apresenta a maior incidência da doença dentre as capitais do País: 95,3 casos a cada 100 mil (BRASIL/MS, 2012). Entre as mulheres, o quadro é muito preocupante, especialmente pelas altas taxas de Transmissão Vertical (TV) do vírus que, em Porto Alegre, chegam a 4,1 bebês infectados a cada 100 nascidos de mães vivendo com HIV (PORTO ALEGRE/SMS, 2013). O risco de TV pode ser reduzido a taxas entre 2% e zero com uso de antirretrovirais na gestação e no parto, cesariana eletiva, uso de zidovudina pelo RN, além da não-amamentação (BRASIL/MS, 2007) e que estas crianças poderiam ter uma qualidade de vida sem as limitações que o HIV impõe, a incidência de TV apresentada por Porto Alegre é alarmante. Por isso, recentemente, o estado do RS e o município de Porto Alegre vêm sendo alvo de iniciativas para massificar o acesso ao diagnóstico de HIV e ao tratamento com antirretrovirais como forma de prevenir novas infecções e diminuir a morbimortalidade. Assim, o matriciamento da testagem anti-HIV para toda a rede de atenção primária em saúde (APS) do município foi implementado em 2012 com o uso do de testes rápidos, sendo prioritária a detecção do HIV em gestantes durante o pré-natal para o início imediato das recomendações profiláticas e seguimento da criança exposta ao HIV até o diagnóstico final. Diante disso, este estudo pretende avaliar a implementação do teste rápido para detecção de HIV em gestantes na atenção primária em Porto Alegre, visando identificar potencialidades e dificuldades no uso do teste rápido quanto à prevenção da TV quanto da promoção da saúde sexual e reprodutiva na perspectiva das usuárias, equipes de saúde e gestores. A pesquisa será qualitativa de caráter exploratório e inspiração etnográfica. Serão realizadas observações do cotidiano de uma unidade de APS, selecionada por conveniência, entrevistas em profundidade com usuárias e profissionais, além de entrevistas com gestores da atenção primária e da política de DST/HIV/Aids. Até o momento, há negociação e inserção inicial no campo de pesquisa, participando de reuniões mensais do Comitê da TV, recentemente constituído como parte das ações de combate a TV. A partir das discussões de casos e debates entre profissionais e gestores no Comitê, se percebe que o redirecionamento na política vem confrontando as equipes de APS com a necessidade de lidar com uma nova tecnologia e também com as repercussões de novos diagnósticos de HIV/Aids na sua comunidade, o que vem exigindo a aproximação e o cuidado de aspectos da saúde sexual e reprodutiva das usuárias antes invisibilizados. Ao mesmo tempo, a rede de serviços especializados em HIV/Aids e maternidades também vem sendo tensionada a se articular mais diretamente com as unidades de APS aos quais as usuárias são referenciadas, na perspectiva de partilhar as responsabilidades e propiciar a longitudinalidade do cuidado e a diminuição de oportunidades perdidas na prevenção da TV.
Palavras-chave
HIV/Aids; atenção primária; matriciamento; gestantes.
Referências
BRASIL/MS, Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS e DST - 01ª a 26ª semana epidemiológica- janeiro a junho de 2012. Ano IX, nº 01. Brasília- DF, 2012.
_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Plano operacional de para a redução da transmissão vertical do HIV e da sífilis no Brasil. Ministério da Saúde, 2007.
PORTO ALEGRE. Secretaria Municipal de Saúde . Porto Alegre: A transmissão vertical do HIV em Porto Alegre: Cenário atual e perspectivas de mudança. 30 slides: color. Slides gerados a partir do software PowerPoint. SMS, 2013.