Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SERVIÇO PÚBLICO REGULAR DE TRANSPORTE ENTRE OS MUNICÍPIOS EM REGIÃO DE SAÚDE NA BAHIA: DIFICULDADES NA ORGANIZAÇÃO PARA CONTEMPLAR A DIVERSIDADE DE NECESSIDADES E TRAJETÓRIAS DOS USUÁRIOS NA REDE
Adriano Maia dos Santos, Ligia Giovanella

Resumo


Introdução: A organização de um sistema público universal, com base territorial e com diferentes pontos da rede dispersos numa região de saúde, requer um sistema logístico de transporte de usuários dos serviços em tempo oportuno, com eficiência, conforte e qualidade. Objetivo: Analisar como municípios em Região de Saúde se articulam para ofertar transporte sanitário à população que necessita de deslocamento intermunicipal para cuidados em saúde. Método: Estudo de caso, abordagem qualitativa, abrangendo dezenove municípios. Os resultados de 17 entrevistas semiestruturadas com gestores (estadual, regional, municipal), 9 grupos focais, observações na CIR e documentos. Resultados: 1) secretarias de saúde, em relação ao transporte sanitário para cuidados eletivos, pré-agendados e não urgentes, disponibilizam algum tipo de transporte para seus munícipes (paciente e acompanhante), para garantir o acesso regulado aos diferentes pontos da rede assistencial fora do território de domicílio; 2) Alguns gestores ofertam vagas em transporte diariamente, outros em dias específicos (condensam os diferentes agendamentos para um mesmo dia da semana) e, outros revelam que, por conta da grande demanda, não conseguem atender a todas as solicitações para os casos eletivos, por isso, estabelecem alguma prioridade por distinção socioeconômica do usuário e, na indisponibilidade de veículo próprio, alugam ou, ainda, proveem alguma ajuda de custo para aquisição de passagens; 3) Municípios pequenos têm pouca oferta de serviços especializados e de apoio diagnóstico e, por isso, precisam encaminhar a maioria dos usuários; 4) Vias terrestres nem sempre adequadas que aumentam o tempo de deslocamento; zona rural extensa e população dispersa; sistema de transporte intermunicipal insuficiente e precário (com horários e rotas fixas, muitas vezes, incompatíveis com os agendamentos em saúde); população em condições de insuficiência econômica e, paradoxalmente, municípios com baixa arrecadação fiscal e, por isso, com dificuldades para arcar com os elevados custos de um sistema de transporte eficiente; 5) Os veículos sanitários transportam diferentes pessoas, com necessidades terapêuticas diversas, agendadas em múltiplos horários, para unidades prestadoras não coincidentes. O transporte desloca-se das cidades mais distantes nas primeiras horas da manhã, fazendo com que usuários aprazados para o turno da tarde, por exemplo, tenham que se submeter a longas e penosas horas de espera.

Palavras-chave


Transporte sanitário; Região de Saúde; Regionalização; Gestão do cuidado