Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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DESAFIOS E AVANÇOS NA IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
Julianna Godinho Dale Coutinho

Resumo


A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi lançada em 2009 pelo Ministério da Saúde, tendo como objetivo a promoção de ações de saúde que possibilitem a apreensão da realidade dos homens entre 20 e 59 anos de idade. Essa política vem ao encontro da equidade de gênero que se faz presente na agenda mundial há mais de duas décadas, sendo o Brasil um dos países pioneiros em instituir a Saúde do Homem enquanto área técnica do governo federal. As diferenças de morbimortalidade entre homens e mulheres são amplamente conhecidas: os homens morrem mais cedo, morrem principalmente por causas externas, são mais suscetíveis às doenças cardiovasculares, procuram menos os serviços de saúde, por limitação de tempo e, principalmente, pela falsa percepção da sua infalibilidade física e mental. Um dos principais objetivos desta Política é promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos; outro, é o respeito aos diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão. Este conjunto possibilita o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade nessa população. A área técnica apresenta ferramentas de gestão que prevêem a capilarização da temática nos territórios do país, respeitando sempre as especificidades regionais. Os principais eixos trabalhados são: acesso e acolhimento, doenças prevalentes, prevenção de violência e acidentes, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, além de ações transversais focadas em saúde do trabalhador, populações específicas e saúde mental. Como ferramentas de gestão, utiliza-se o apoio técnico, a transferência de recursos financeiros via portarias para os entes estaduais e municipais, capacitações, entre outros. Ainda que a política exista há apenas quatro anos, podemos notar mudanças por parte de gestores estaduais e municipais nas suas percepções acerca das necessidades e especificidades de saúde da população masculina, sendo isso um indicador favorável à implantação da PNAISH. O reconhecimento das construções socioculturais de gênero enquanto determinantes sociais de saúde para acesso e acolhimento se mostram fundamentais para a construção de um SUS que se paute pelo reconhecimento de que a saúde é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros.

Palavras-chave


saúde do homem; gestão; gênero