Este trabalho emerge da vivência do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET SAÚDE Redes de Atenção) e objetiva compreender como a atenção básica está inserida na rede de atenção psicossocial na cidade de Parnaíba-PI. PET é um programa que busca articular ensino-serviço-comunidade a partir do fazer no SUS. Atua na perspectiva da modelagem das redes de atenção a partir da organização de sistemas e serviços de saúde, da micropolítica do trabalho vivo em saúde e da determinação social em saúde. A metodologia de trabalho emerge da cartografia como ética política. Como estratégias de coleta de dados foram utilizados diários de campo e conversas informais com usuários e funcionários do serviço. Durante a inserção, perceberam-se algumas problemáticas referentes à infraestrutura e escassez de recursos, dificuldade de integração com outros dispositivos da rede de saúde, principalmente em relação aos serviços de atenção psicossocial. O sentimento de incapacidade dos profissionais do centro de saúde da família no que diz respeito ao atendimento e acolhimento de demandas da saúde mental refletem-se no número de pessoas que usam psicotrópicos indiscriminadamente e sem acompanhamento regular pela equipe de saúde. Percebeu-se pouca comunicação entre serviço-comunidade, estabelecendo um fosso cultural entre profissionais de saúde e comunidade. Compreendemos que a saúde mental na atenção básica está interligada com pressupostos deste, como primeiro contato, longitudinalidade, enfoque na família, competência cultural, intersetorialidade e orientação na comunidade mediada por uma equipe de profissionais de referência, preconizando a continuidade do acesso às redes de saúde com o pressuposto do cuidado integralizado. É crescente a demanda de saúde mental na atenção básica que não é acolhida, devido às dificuldades e limitações dos profissionais no tocante à atenção psicossocial. Dessa forma, como resultado preliminar compreende-se que a rede de atenção básica possui baixa permeabilidade em relação à saúde mental e pouca inserção na rede de atenção psicossocial devido à fragilidade da formação em saúde para o campo da saúde mental. Compreendemos que a partir da vivência no PET, estudantes e preceptores desenvolverão olhar ampliado para saúde mental na atenção básica e compreenderão caminhos metodológicos deste processo de trabalho.