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PRÁTICAS CORPORAIS: DEMANDAS DO TERRITÓRIO POR ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Resumo
Introdução: A educação do século XXI passa por diversas transformações, porém observar-se que ainda há instituições de ensino superior com dificuldades para acompanhar essas modificações da sociedade contemporânea, visto que ainda estão centradas numa visão voltada para especialidades e estas não são mais suficientes para entender seus fenômenos (SANTOS, 2013). O Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, criou o projeto Exercitando na Atenção Básica, que tem como objetivos desenvolver atividades no campo de atuação supervisionada de forma interdisciplinar (ensino/serviço/comunidade) e proporcionar a prática regular de exercícios físicos de usuários de uma unidade básica de saúde. Objetivo: Verificar as características da população adscrita e as demandas de práticas corporais, através de atuação no território de estudantes de Educação Física. Metodologia: Trata-se que uma pesquisa quantitativa, realizada através de questionário. A população é de cerca de 12.000 adscritos. Para um erro amostral estipulado em 4,6%, com nível de confiança de 90% e prevalência presumida de 50% para os dados coletados, foi estimado o tamanho amostral de 323 pessoas, com idade variando entre 18 e 80 anos. Resultados: A ida ao território ocorreu no período da manhã e da tarde. Este fato pode ter levado a um predomínio de mulheres respondendo ao diagnóstico (83%). A maior concentração de faixa etária foi a partir de 45 anos (58%). Em relação às profissões, serviços (39,9%) e do lar (32,5%) foram as mais recorrentes. Alguns dados merecem destaque, pois existem 4,3% de analfabetos e 67,2% não terminaram a Educação Básica. Outro fato é que 52,6% não têm oportunidade de praticar atividade física regularmente e, aqueles que praticam, a fazem tendo como motivação a saúde (67,8%). Quando perguntados sobre a atividade que gostariam de fazer, a ginástica/musculação foi a mais lembrada (30,3%). Conclusão: Os dados apontam para uma população de baixa escolaridade, do lar ou atuando na área de serviços e com pouca atividade física regular. Desta forma, essa ida ao campo, além de ser uma experiência rica para os alunos, pois depararam-se com diferentes realidades e com a necessidade de entendê-las para poder promover uma intervenção de maneira apropriada à demanda, também poderá ser mais uma forma de vínculo da população adscrita com a unidade de saúde, favorecendo para a ampliação do cuidado dos usuários participantes.
Palavras-chave
Práticas corporais; Atenção Básica à Saúde; Demandas do território; Estudantes de Educação Física
Referências
SANTOS, B. de S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade.14 ed. São Paulo: Cortez, 2013.