Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
O PROCESSO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR E FORMAS DE ENFRENTAMENTO DA LEUCEMIA: QUAL A PERCEPÇÃO DOS PACIENTES?
Rosana Amora Ascari, Angela Maria Brustolin, Dagliê Carla Galvan, Gracieli Kaufmann

Resumo


A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), geralmente, de origem desconhecida. O cuidado ao paciente oncológico envolve, além dos aspectos físico-biológicos e socioculturais, os aspectos espirituais. Cabe ao enfermeiro, responsável pelo planejamento da assistência, compreender e valorizar a relação entre a espiritualidade e o enfrentamento ao câncer, na visão do paciente, para que este possa passar pelo processo de internação de forma mais amena possível e desta forma enfrentar a sua condição de doença. O objetivo deste estudo foi investigar a percepção que o paciente adulto com leucemia atribui sobre o processo de internação hospitalar e as formas de enfrentamento da doença. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa desenvolvido por meio de entrevista semiestruturada no período de março à abril de 2013 com sete pacientes adultos portadores de leucemia institucionalizados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob no 175.537/2012 em 17 de dezembro de 2012. Os dados foram tratados e analisados pelo método de análise de conteúdo, ocasião que emergiram quatro categorias, sendo elas: Reconhecimento de sinais e sintomas da leucemia; Sentimentos frente à doença; Enfrentamento da doença e do processo de internação; e Mudanças nos hábitos de vida. O paciente oncológico busca as mais diversas formas de enfrentamento para resistir ao processo da doença e dos abalos físicos e emocionais que a doença traz, bem como, permitem a este paciente repensar sua existência e encontrar formas de resiliência para enfrentar esta condição. O estudo permitiu a compreensão de como o paciente com leucemia vivencia a hospitalização e de seus mecanismos de enfrentamento diante de sentimentos paradoxais, bem como, acena para a compreensão de que o câncer é capaz de desencadear modificações que transcendem o físico, causando alterações emocionais, espirituais e sociais para o paciente/família. A hospitalização e o tratamento alteram o cotidiano e modificam os sentimentos do paciente oncológico. Portanto, compreender a complexidade desta condição na ótica do ser cuidado é ponto de partida para o cuidado de enfermagem integral e planejado em todas as fases do tratamento da leucemia.

Palavras-chave


Percepção; Leucemia; Enfermagem; Gestão da informação em saúde.

Referências


1. Zelmanowics AM. Leucemia. ABC da Saúde: Informações Médicas, 2010. [acesso em 2012 nov 22]. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?680

2. INCA - Instituto Nacional do Câncer. Leucemia. [acesso em 2013 jun 22]. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/leucemia/definicao

3. Guerrero GP,Zago MMF, Sawada NO, Pinto MH. Relação entre espiritualidade e câncer: perspectiva do paciente. Rev Bras Enferm. 2011 [acesso em 2012 jun 04]; 64(1):53-9.

4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12ª ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

5. Campos LMA, Goldstein S, Santiago RA, Jesus AA, Cristofani LM, Odone Filho V, Silva CAA. Comprometimento musculoesquelético como primeira manifestação de neoplasias. Rev Assoc Med Bras [online] 2008 [acesso em 2013 out 04];54(2):132-8. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v54n2/a15v54n2.pdf

6. Vasconcellos EA. Imagens simbólicas no adoecer: estudo descritivo sobre o processo arteterapêutica de pacientes oncológicos. Campinas. 2004. [acesso em 2013 maio 04]. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000341734

7. Elman I, Pinto e Silva MEM. Crianças portadoras de leucemia linfóide aguda: análise dos limiares de detecção dos gostos básicos. Rev Bras Oncologia. 2007 [acesso em 2013 mar 05];53(3):297-303.

8. Garnica M, Nucci M. Epidemiologia, tratamento e profilaxia das infecções na leucemia linfóide crônica. Rev Bras Hemat e Hemot. Rio de Janeiro, 2005 [acesso 2013 out 02]; 27(4):290-300. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbhh/v27n4/v27n4a16.pdf

9. Lameiro D. O acompanhamento psicológico da criança com leucemia. [acesso em 2013 mar 05]. Disponível em: http://dentalria.com/manage/Leucemia.pdf.

10. Salimera AMO, Teixeira SR, Amorim TV, Paiva ACPC, Melo MCSC. Estratégias de enfrentamento usadas por enfermeiros ao cuidar de pacientes oncológicos. Rev Enferm UFSM. 2013 [acesso em 2013 jul 28];3(1):8-16. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/view/6638

11. Susaki TT, Silva MJP, Possari JF. Identificação das fases do processo de morrer pelos profissionais de enfermagem. Acta Paul Enferm. 2006 [acesso em 2012 jun 22];19(2):144-9. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v19n2/a04v19n2.pdf

12. Borges ADVS, Silva EF, Toniollo PB, Mazer SM, Martins do Vale ER, Santos MA. Percepção da morte pelo paciente oncológico ao longo do desenvolvimento. Psicologia em Estudo, Maringá. 2006 [acesso em 2012 jun 28]; 11(2):361-9. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n2/v11n2a14.pdf

13. Xavier ATF, Ataide MBC, Pereira FGF, Nascimento VD. Análise de gênero para o adoecer de câncer. Rev bras Enferm [online] 2010 [acesso em 2013 out 06]; 63(6):921-6. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n6/08.pdf

14. Sartori AC, Grossi SAA. Escala de Esperança de Herth – Instrumento adaptado e validado para a língua portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 2008 [acesso em 2013 mar 05]; 42(2):227-32. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n2/a02.pdf

15. Soares LC, Santana MG, Muniz RM. O fenômeno do câncer na vida de idosos. Cienc Cuid Saude [internet] 2010 [acesso em out 06];9(4):660-7. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/download/7785/7182.

16. Visoná F, Prevedello M, Souza EN. Câncer na família: percepções de familiares. Rev Enferm UFSM. 2012 [acesso em 2013 mar 05]; 2(1):145-155. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/view/3943

17. Aquino VV, Zago MMF. O significado das crenças religiosas para um grupo de pacientes oncológicos em reabilitação. Rev Latino-am Enferm. 2007 [acesso em 2012 mar 05]; 15(1):42-47. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n1/pt_v15n1a07.pdf

18. Souza BF, Pires FH, Dewulf NLS, Inocenti A, Silva AEBC, Miasso AI. Patients on chemotherapy: depression and adherence to treatment. Rev Esc Enferm USP [online] 2013 [acesso em 2013 out 02];47(1): 61-8. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n1/en_a08v47n1.pdf

19. Naressi DA, Girardon-Perlini NMO, Sand ICPVD, Beuter M, Rosas BVC. Beliefs and resilience in patients who are survivors of leukemia. J Nurs UFPE on line, Recife. 2013 [acesso em 2013 jun 04];7(1):67-75. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/view/3253/pdf_1812