Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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TECENDO REFLEXÕES SOBRE SAÚDE LGBT E DIREITOS HUMANOS NA FORMAÇÃO ESTUDANTIL
Wellington Gadelha Farias Junior

Resumo


O presente trabalho tem como intuito discorrer sobre a importância de se discutir na formação estudantil sobre a saúde vinculada a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). Atualmente, os atos de violência física e psicológica praticado contra a população LGBT são tidos como comuns. A violência se expressa de várias formas e contribui para restringir substancialmente a possibilidade de construção de uma sociedade que reconheça os direitos e a dignidade do ser humano. Entendemos que o não comprimento de ações elencadas pela Politica Nacional LGBT e do debate incipiente sobre a saúde LGBT, são ações que contribuem também para a invisibilidade e que gera violação dos Direitos Humanos dessas . Partindo dessas questões referentes à fragilidade de discussões e esclarecimentos sobre a saúde LGBT surgiram alguns questionamentos: Por que não se fala de saúde LBGT nas instituições de ensino? O que é garantia de equidade no campo da saúde? Como a sociedade civil pode estabelecer esforços de reconhecer a complexidade da saúde LGBT? Por fim, esses questionamentos levam à seguinte pergunta: qual o impacto de travar um debate ético e político sobre a saúde LGBT no município de Fortaleza/Ceará? Esse relato e sistematização de experiência foram gerados a partir das Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VERSUS) de 2013 em Fortaleza/Ceará que tem como objetivo reunir num processo de imersão estudantes de graduações das áreas de ciências da saúde, exatas e da terra, biológicas, agrárias, sociais aplicadas, humanas e engenharias, entendendo que o campo da saúde coletiva e a construção do SUS no Brasil necessitam das mãos de profissionais das diversas áreas do conhecimento. Foi sistematização qualitativa que, conforme salienta Minayo (1994), estuda um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalha com valores, crenças, atitudes e motivações. Como metodologia foi utilizada conversas informais, bem como levantamento e leituras bibliográficas específicas sobre a temática e, confecção de um diário de reflexão analisado de maneira crítico-reflexiva. Como resultados é possível apontar que a temática dentro da academia é pouco discutida e a aproximação entre estudantes sobre a saúde LGBT é muito limitada, ou seja, a necessidade de criar espaços de partilha entre os estudantes é fundamental para pensarmos nuances que reflitam sobre a importância não somente no viés acadêmico, como posteriormente no ambiente de trabalho. Além disso, foi preciso gerar fissuras localizadas na dinâmica do grupo a ponto de facilitar diálogos e aproximações entre estes estudantes e a temática. Observou-se também que pensar sobre saúde LGBT nas instituições de ensino gera movimentos que são capazes de ampliarmos a maneira de pensar/fazer saúde no SUS, logo pensar saúde LGBT sob o eixo dos Direitos Humanos é sem dúvida um exercício que amplia possibilidade outras de enxergar a práxis como operadores e estudantes de saúde.

Palavras-chave


Formação; Gênero; Saúde; Direitos Humanos

Referências


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Texto completo: Resumo Expandido