Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ATUAÇÃO DO PET-SAÚDE EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMILIA DA ZONA RURAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA: UMA EXPERIÊNCIA DE RESIGNIFICAÇÃO DO CUIDADO
Rebeca Silva dos Santos, Danielle Souto de Medeiros, Katiuscy Carneiro Santana, Alexsandra Souza Gomes, Aloísio Marques Pereira, Líllian de Almeida Sousa, Mateus Santana Sousa, Adelson da Silva Lima, Maria Ferraz Avelar, Sabina Campos Nascimento Neta

Resumo


O processo de construção do SUS, fundamentado em ideais democráticos da saúde enquanto direito de todos, caracterizou-o como um sistema que trabalha com diretrizes, conceitos e propostas de práticas que são contra-hegemônicos na sociedade. Logo, sua consolidação como um sistema de saúde usuário-centrado implica a superação de conceitos e de práticas sociais há muito predominantes. Área crítica nesse processo é a formação dos profissionais de saúde, ainda distante das necessidades do SUS. Na tentativa de reorientar a formação superior o Ministério da Saúde vem criando dispositivos que integrem o processo de ensino-aprendizagem à rede de serviço, dentre os quais está o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET-Saúde. Experiência exitosa deste Programa vem acontecendo em uma Unidade de Saúde da Família – USF – da zona rural de Vitória da Conquista, interior da Bahia, onde há um grupo PET composto por treze discentes dos cursos de enfermagem, farmácia, medicina, nutrição e psicologia desenvolvendo suas atividades sob orientação de uma tutora, docente da Universidade Federal da Bahia, e cinco preceptores, profissionais de nível superior da USF e do Núcleo de Apoio á Saúde da Família – NASF. Os estudantes participam de visitas domiciliares, reuniões da equipe, reuniões do Conselho Local de Saúde e atividades de promoção e prevenção da saúde que tem provocado importantes resignificações na produção do cuidado. A partir do diálogo entre os integrantes do PET, Agentes Comunitários de Saúde e usuários do serviço, tem sido realizadas ações para produção de materiais educativos em saúde que atendem também ao público não letrado; inserção e valorização da cultura local no planejamento de atividades; e parcerias intersetoriais para atender grupos de difícil acesso. Como resultado tem-se percebido efetiva participação e envolvimento da comunidade nas atividades desenvolvidas. Quanto aos profissionais de saúde, inseridos em um processo de Educação Permanente, colocam o cotidiano do trabalho em análise e repensam suas práticas. Para os estudantes as vivências no PET-Saúde propiciam um espaço onde é possível dialogar a complexidade do trabalho vivo com as aproximações discursivas produzidas em sala de aula. Assim, mesmo em face de importantes contribuições do PET-Saúde para a atenção básica torna-se necessário refletir quanto a sustentabilidade dessas ações, e a necessidade de estruturação dos serviços para que o SUS seja efetivamente uma escola.

Referências


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