Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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TRAÇANDO NOVOS CAMINHOS: O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ARACATI-CEARÁ
Célio Chaves Eduardo Filho

Resumo


O presente relato busca descrever a experiência de territorialização vivenciada ao longo da inserção de uma equipe de residência em Saúde da Família nos serviços de saúde do município de Aracati-Ceará. O processo de territorialização aqui descrito compreende o reconhecimento ampliado sobre um dado território observando aos vários aspectos que permeiam suas relações econômicas, políticas e culturais.  Identificar os desafios e potencialidades de uma comunidade permite ao profissional de saúde se aproximar do contexto e dos modos de vida dos sujeitos que nela vivem, e consequentemente, orientar a um nível local os saberes e práticas que norteiam a produção de saúde e de cuidado no campo da Atenção Básica. A descoberta dos territórios que correspondem aos distritos sanitários V, VI, VII, VIII e IX de Aracati nos permitiu enquanto equipe de profissionais residentes pensar e agir segundo a perspectiva da complexidade da realidade social local e não mais pela perspectiva do tradicional modelo médico hegemônico que ainda direciona tantas práticas e políticas de saúde. Para que isso fosse possível, orientados pela observação participante entramos em contato com grupos e espaços institucionais e não institucionais dessas comunidades como escolas, unidades de saúde, associações de moradores e trabalhadores, centros de convivência e Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), igrejas, templos, ONGs, etc. Buscamos ainda dialogar com antigos moradores, agentes de saúde e pessoas que exerciam papéis importantes e de liderança nessas localidades. Além disso, recorremos também a dados epidemiológicos, sócio demográficos e bibliográficos que pudessem revelar um pouco da realidade local e desta forma, sinalizar possíveis estratégias de intervenção e de prática junto a esses territórios. A partir desse cenário foi possível conhecer as alegrias e dissabores que permeiam os modos de vida das diversas comunidades que compõe o campo investigado. A constituição desse panorama possibilitou uma rica leitura das realidades locais e nos permitiu desvelar sobre inúmeras possibilidades de atuação com e para o campo ao qual estamos inseridos. O processo de territorialização, que não se finda, mas que é constante se estabelece como uma rica potência frente à construção de práticas em saúde nesse nível de atenção. Aproximar-se, dialogar e construir junto aos sujeitos denota como importante mecanismo para constituir práticas em saúde mais equânimes, democráticas e efetivas.

Palavras-chave


Territorialização; Comunidade; Saúde.