Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROGRAMA TELESSAÚDE ESPÍRITO SANTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE TELECONSULTORIA ASSÍNCRONA
Thiago Dias Sarti, Rodrigo Andreão Varejão, Marcelo Queiroz Schmidt, Karina Tonini dos Santos

Resumo


O Programa Telessaúde Brasil Redes tem como objetivo contribuir com a qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, construindo canais de diálogo entre as equipes de saúde e profissionais inseridos em centros universitários de referência. Com as ferramentas e tecnologias de informação disponibilizadas pelo programa, os profissionais da APS podem tirar dúvidas, discutir e refletir sobre problemas e questões que surgem em seu cotidiano, aumentando sua resolubilidade e a qualidade da atenção à saúde das pessoas. No Espirito Santo, o Programa Telessaúde ES atende atualmente aproximadamente 500 profissionais de distintas categorias que atuam na APS de cerca de 60 municípios do estado. Este relato busca apresentar alguns resultados alcançados pelo programa em seus três anos de implantação. Especificamente sobre o serviço de teleconsultoria, que pode ser entendido como uma consultoria a distância entre profissionais da APS e do centro de referência, houve uma baixa utilização nos dois primeiros anos de implantação, tendo aumentado significativamente o uso do serviço a partir do cadastramento de médicos vinculados ao Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica - PROVAB, feito no ano de 2012. Até então, a maioria das consultorias eram solicitadas por médicos e enfermeiros com vínculos empregatícios municipais e com maior tempo de atuação profissional, com forte concentração das solicitações em poucos profissionais, apesar do grande número de cadastrados nas diferentes áreas vinculadas à APS: farmácia, enfermagem, odontologia, medicina e agentes comunitários de saúde. A partir do cadastramento de médicos vinculados ao PROVAB, as solicitações de consultoria aumentaram significativamente, chegando a quadruplicar em número. Além disso, observou-se uma maior distribuição entre os profissionais, embora a maior parte dos cadastrados não tenha aderido ao programa. Quanto ao perfil das questões feitas pelos profissionais, não foram observadas mudanças significativas ao longo deste tempo de implantação, sendo que uma análise qualitativa dos protocolos de consultoria inseridos pelos profissionais no portal do Programa Telessaúde ES apontam para uma situação de importantes deficiências na formação do profissional que atua na APS. Como conclusão, os resultados apresentados pelo serviço de teleconsultoria do Programa Telessaúde ES em seus três anos de implantação mostram que as tecnologias de informação potencializam o trabalho na APS, em particular subsidiando o trabalho de profissionais recém-formados com pouca experiência e qualificação, bem como sugerem um cenário de baixa resolubilidade da APS no ES que exige estratégias de formação profissional para este contexto assistencial.