Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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MOTIVOS QUE LEVAM À BAIXA ADESÃO NA DETECÇÃO PRECOCE DO CANCER DE COLO DE ÚTERO: ESTUDO PILOTO
Érica Mairene Bocate Teixeira, Alexandrina Aparecida Maciel Cardelli, Márcia Aparecida dos Santos Silva, Rosana Santana de Souza Ito

Resumo


O câncer de colo uterino é o segundo tipo de neoplasia mais incidente na população feminina no Brasil, com risco estimado de 18/100 mil mulheres, sendo a estimativa da Região Sul de 13,79/100 mil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais, atrás apenas do câncer de mama e se revela a quarta causa de morte de mulheres no país (INCA, 2012). Trata-se de um agravo com evolução lenta, portanto as alterações das células que podem desencadeá-lo são possivelmente descobertas por meio da estratégia de rastreamento do câncer de colo uterino pelo exame citologia oncótica (CO). Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo uterino, associam-se as baixas condições socioeconômicas, atividade sexual e gravidez precoce, múltiplos parceiros, tabagismo, infecções repetitivas pelo papiloma vírus humano (HPV) e uso prolongado de anticoncepcionais. Em relação aos dados sociodemográficos, dentre as 48 mulheres entrevistadas até o momento, observou-se a idade mínima de 17 e máxima de 76 anos, a maioria da raça branca (62,5%), com companheiro (62,5%) e com baixa escolaridade (62,5%). A ocupação reflete que 56,3% são do lar e 33,3% possuem trabalho formal. O número de filhos varia de zero a cinco ou mais, sendo que 50% das mulheres têm mais de três filhos. São diversos os fatores que interferem na adesão ao exame de C.O e contribuem para persistência do câncer de colo de útero como um sério problema de saúde pública. O controle desta doença é dificultado, sobretudo, por fatores culturais, sociais, econômicos e comportamentais (ROCHA et al., 2012). Em relação à faixa etária percebe-se que 20,8% encontram-se na faixa etária entre 30 a 39 anos; 25% entre 40 a 49 anos e a maioria (43,8%) com cinquenta ou mais anos. O câncer de colo uterino ainda ocupa lugar de destaque como causa de óbito, apesar da queda nas taxas de mortalidade entre as mulheres. A taxa de mortalidade é elevada em diversas faixas etárias, sendo que o pico de incidência do carcinoma in situ está entre 25 e 40 anos e o carcinoma invasor, entre 48 e 55 anos (SOARES et al., 2010). A pesquisa identificou um baixo nível escolar, 62,5% das mulheres cursaram apenas o ensino fundamental (1 a 9 anos). Estudos apontam que mulheres com baixo nível escolar têm maiores chances para desenvolver câncer de colo uterino e ainda identificar a lesão em estagio avançado. Conclusão A elaboração deste estudo esta permitindo conhecer as mulheres que realizam o exame de citologia oncótica e compreender seus sentimentos, dificuldades e suas crenças e atitudes frente a esse controle. A identificação dos fatores que levam as mulheres a faltar à consulta agendada do exame de C.O proporciona uma reflexão sobre a atuação dos profissionais da saúde, frente às ações educativas para a prevenção deste câncer. Acredita-se que esses profissionais, ressaltando os enfermeiros, possam interagir melhor com a mulher, individualizar a assistência e estabelecer um vínculo de confiança que garanta seu retorno à UBS para a realização do exame periódico.

Palavras-chave


citologia oncótica; saúde da mulher; adesão

Referências


Referências

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